Do lat. confidere, confiar. Cum, isto é, reciprocidade, mais fido, de fides, fé. Diz-se da segurança íntima com que se procede. Diz-se, em inglês, trust, o dar alguma coisa em depósito, entendendo-se como tal o entregar alguma coisa ao cuidado de outrem. Neste sentido, o poder político depende mais da confiança na globalidade do conjunto do que do uso da força, como assinalava Talcott Parsons. Como este mesmo autor refere, o poder político tem mais valor de troca do que valor de uso, é uma troca baseada na confiança, até porque a política, tal como a moeda, não passa de uma simbolização da força, é a capacidade de se conseguir que as unidades pertencentes a uma determinada forma sistémica cumpram as funções que lhes cabem. Com efeito, a autoridade surge da confiança e desenvolve-se através do prestígio. Pierre Bourdieu observa que todo o poder tende a ser um poder que aquele que lhe está sujeito dá àquele que o exerce através de um crédito com que ele o credita, uma fides, uma auctoritas, que ele lhe confia pondo nele a sua confiança, pelo que o homem político retira a sua força política da confiança que o grupo põe nele. Retira o seu poder propriamente mágico sobre o grupo da fé na representação que ele dá ao grupo e que é uma representação do próprio grupo e da sua relação com outros grupos.

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