Fórmula vaga que invoca uma relação privilegiada entre o poder político e a divindade. Em sentido estrito significa o governo direto ou indireto do próprio Deus, pressupondo uma intervenção sobrenatural constante, conforme a definição de Marcel Prélot, para quem, nestes moldes só o povo de Israel praticou.

Em sentido intermédio, significa o governo dos homens inspirados por Deus ou por ele diretamente designados. Pode ser o modelo do profetismo, típico da cidade-igreja ou de Calvino em Genebra, aqui dito de bibliocracia. Pode também ser o tipo de monarquia de direito divino das monarquias absolutas. A democracia clássica da polis grega quando incluía a religião como parcela da política, configurava uma cidade-Estado que também era uma cidade-igreja. O constantinismo. Na linha do agostinianismo, o cesaropapismo medieval. O estilo do regime da Contra-Reforma. O estilo de Lutero e de Calvino. A monarquia de direito divino do absolutismo quando assumia que o poder passava dos reis para os príncipes sem necessidade do intermediário popular.

Diz-se de todo o sistema político onde se acredita que o poder deriva imediatamente de Deus, seja para o monarca, seja para uma casta sacerdotal. Os funcionalistas como D. Apter têm uma noção mais ampla de teocracia, caracterizando como tal um sistema político tradicional caracterizado, ao mesmo tempo, pela predominância de valores sagrados e por relações de autoridade de tipo piramidal.

Teocracia regalista

Um dos vícios do barroco político em Portugal, pois, segundo D. António Ferreira Gomes levou à defesa da fé por meios temporais e pelo critério da razão do Estado, mais, em verdade, defesa social do que promoção do reino de Deus.

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