Dia 3 de janeiro – BBC analisa a situação portuguesa, dando destaque ao golpe de Estado que nunca existiu.

Dia 4 de janeiro – Veiga Simão empossa comissão instaladora da Universidade de Évora.

Dia 12 de janeiro – Marcello Caetano cria a primeira empresa pública portuguesa, a Administração Geral do Açúcar e do Álcool.Dia 14 de janeiro – Incidente na Beira, Moçambique, entre civis e militares. UNITA retoma a luta armada no Leste de Angola, suspensa desde 1972. Reunião do Movimento dos Capitães. António Ramos anuncia a disponibilidade de Spínola.

Dia 14 de janeiro – Conversa entre Marcelo Caetano e Spínola. Este informa-o que está a preparar um livro sobre o Ultramar.

Dias 15 a 20 de janeiro – Baltazar Rebelo de Sousa visita a Guiné. Spínola nomeado Vice-Chefe EMGFA. Spínola entrega a Costa Gomes fotocópia do livro.

Dia 17 de janeiro – Costa Gomes visita Moçambique e leva com ele cópia do livro de Spínola.

Dia 18 de janeiro – DGS emite nota sobre as atividades da LUAR e da FPLN.

Dia 21 de janeiro – Spínola recebe Otelo Saraiva de Carvalho e Vasco Lourenço. Discutem acontecimentos da Beira. Almoço na messe de Monsanto entre Américo Tomás, os ministros militares, o do interior e o presidente da Junta central da Legião Portuguesa.

Dia 28 de janeiro – O Ministro de Estado Mota Campos faz uma comunicação ao país sobre o IV Plano de Fomento.

Dia 31 de janeiro – Nota da DGS sobre as ligações entre a LUAR e certos cristãos progressistas. Presos 30 estudantes do Instituto Superior Técnico. Rui Patrício em Paris tem encontros com Michel Jobert e é recebido por Pompidou. Avião militar português é abatido na Guiné.

Dia 2 de fevereiro – Aumento dos preços dos combustíveis.

Dia 4 de fevereiro – Tomás almoça no Alfeite com ministros militares.

Dia 5 de fevereiro – Conselho de Ministros. Criado o Fundo de Fomento Industrial e o novo hospital de Coimbra. Jorge Jardim em Lisboa, avista-se com Marcello, Kaúlza e Baltazar Rebelo de Sousa.

Dia 8 de fevereiro – Primeiro comunicado do Movimento dos Capitães. Defendida a democratização e a procura de uma solução política para a questão ultramarina. Veiga Simão inaugura o novo edifício do Ministério da Educação na Avenida 5 de Outubro em Lisboa.

Dia 11 de fevereiro – Costa Gomes submete a Silva Cunha o livro de Spínola.

Dia 12 de fevereiro – Silva Cunha tem uma audiência com Marcello Caetano sobre o livro de Spínola. Soljenitsine é deportado para a RFA.

Dia 14 de fevereiro – Julgamento do padre Mário de Oliveira, pároco de Macieira da Lixa.

Dia 16 de fevereiro – Discurso de Marcello Caetano no encerramento da conferência anual da ANP. Assume-se contra a solução federal para o problema ultramarino.

Dia 18 de fevereiro – Caetano recebe o livro de Spínola que também oferece exemplares a Tomás e a Silva Cunha.

Dia 20 de fevereiro – Marcello Caetano lê finalmente o livro de Spínola. Como confessa, ao fechar o livro tinha compreendido que o golpe de Estado militar, cuja marcha eu pressentia há meses era agora inevitável. Bomba no quartel-general de Bissau.

Dia 21 de fevereiro – V Congresso do Povo da Guiné decorre entre 21 de fevereiro e 10 de abril, 24 sessões de 4 reuniões em 20 localidades. Tomam posse dois novos conselheiros de Estado: Silva Cunha e Arantes e Oliveira. Manifestação estudantil em Lisboa contra a guerra colonial. Recontros com a polícia. Spínola entrega livro a Tomás.

Dia 22 de fevereiro – Spínola e Costa Gomes são convocados para a residência particular de Caetano. Posto à venda o livro de Spínola. O jornal República proclama em primeira página: a vitória exclusivamente militar é inviável.

Dia 23 de fevereiro – O Expresso transcreve largas passagens do texto de Spínola.

Dia 25 de fevereiro – Explosão de uma granada num café de Bissau. Um morto e 63 feridos.

Dia 26 de fevereiro – Marcello Caetano tem curtas férias no Buçaco, de 23 a 26.

Dia 28 de fevereiro – Tomás recebe Caetano que pede a exoneração.

Dia 4 de março – Reúne-se comissão do ultramar da Assembleia Nacional sob a presidência de Neto de Miranda. Oficiais generais reunem-se com ministro do exército Andrade e Silva.

Dia 5 de março – Discurso de Marcello Caetano na Assembleia Nacional. Kaúlza de Arriaga regressa a Lisboa vindo da África do Sul. Reunião do Movimento dos Capitães em Cascais, no atelier do arquiteto Braula Reis. Melo Antunes apresenta o primeiro esboço de programa. Costa Gomes e Spínola são eleitos chefes do movimento. Eleita a comissão militar do movimento, com Casanova, Monge e Otelo. Estabelecida a comissão política: Melo Antunes, Vítor Alves e Vasco Lourenço.

Dia 6 de março – Tomam posse novos governadores civis do Funchal, Ponta Delgada, Aveiro, Leiria e Setúbal.

Dia 7 de março – Marcello Caetano recebe Spínola a pedido deste.

Dia 8 de março – São transferidos vários oficiais ligados ao movimento. Reunião de Almeida Bruno, Dias de Lima, Casanova, Melo Antunes e António Ramos. Ultimam os preparativos da movimentação militar. Melo Antunes terá defendido calorosamente os comunistas. Soares escreve artigo em Le Monde. Diz que há algo de novo em Portugal … a guerra está em risco de se perder na Metrópole

Dia 9 de março – Estado de prevenção rigorosa em Lisboa.

Dia 11 de março – Reuniões de Tomás com Marcello. De manhã, este apresenta a demissão reconhecendo ser efetivamente responsável por ter dito ao ministro da defesa para se louvar na informação do CEMGFA. Considera que pelo erro cometido devo pagar. Tomás almoça com Henrique Tenreiro e César Moreira Baptista. Recebe os ministros da defesa e do interior. Convoca finalmente Caetano a quem comunica: já é tarde para qualquer de nós abandonar o cargo. Entretanto Caetano recebe Veiga Simão que, por sua vez, tinha recebido Spínola.

Dia 12 de março – Levantado o estado de prevnção em Lisboa. Conselho de Ministros decide a criação do ministério das finanças e coordenação económica e do ministério da agricultura e do comércio. Marcello reúne com minsitros militares e decidem-se pela convocação de uma cerimónia de apoio dos oficiais-generais à política de defsa. Costa Gomes decide não participar. Tomás descreve a atitude de Caetano dizendo que ele mais uma vez dando impressão de um tatear, na busca do que não se consegue encontrar.

Dia 13 de março – Caetano recebe Spínola e Costa Gomes em separado.

Dia 14 de março – Cerimónia da chamada brigada do reumático em S. Bento. Discurso do general Paiva Brandão. Apenas não comparecem Spínola, Costa Gomes e Bagulho, bem como Kaúlza, Jaime e Silvino Silvério Marques. Despacho de Marcello demite Spínola e Costa Gomes. Rebenta granada de mão em Lamego. Assembleia Nacional vota por unanimidade moção de apoio à política do governo. Mota Amaral não comparece.

Dia 15 de março – Remodelação do Governo. Mário Oliveira, ministro de Estado. Mota Campos, ministro da agricultura e do comércio. Daniel Barbosam ministro da indústria e energia. Almeida Bruno reúne-se na Academia Militar com Rafael Durão e o major Mensurado. Associação dos Antigos Alunos do Colégio Militar entre medalha de ouro a Spínola, Costa Gomes e Venâncio Deslandes. Spínola eleito presidente da assembleia geral. Almoço de Spínola com Rafael Durão, Almeida Bruno, Dias de Lima e António Ramos no Hotel Roma. No Jornal PortuguÊs de Economia e Finanças, o editorial interroga-se: que lucrou o país com este livro infeliz? Perdeu um general na reserva da República para ficarapenas – necessariamente- com um general da República na reserva.. Ernesto Geisel presidente do Brasil.

Dia 16 de março – Golpe das Caldas. Sublevação do Regimento de Infantaria 5. Detidos duzentos militares. Uma anedota diz então: Lisboa é uma cidade virgem. O das Caldas não conseguiu entrar… Os sublevados rendem-se ao brigadeiro Serrano segundo comandante da Região Militar de Tomar. Paradela de Abreu demite-se de diretor da Arcádia.

Dia 18 de março – Emitido o segundo comunicado do Movimento dos Capitães. Spínola fala com Carlos Azeredo.

Dia 21 de março – GENERAL Amaro Romão deixa o comando da Academia Militar, que exercia desde 1968. Spínola é entrevistado para a televisão francesa. Diz que o livro é obra de um pensador e não de um político e que não tem divergências fundamentais de opinião face à política do seu país. Marcello Caetano recebe Veiga Simão. Mário Soares é entrevistado pelo Estado de S. Paulo sobre o livro de Spínola, declarando que a hora reclama para Portugal soluções nacionais.

Dia 28 de março – Conversa em família de Marcello Caetano sobre a questão ultramarina. I Encontro da Canção Portuguesa no Coliseu dos Recreios.

Dia 31 de março – Incidentes no Instituto Superior de Economia dirigido por Gonçalves Proença. A escola é encerrada. Marcello Caetano vai ao Estádio José de Alvalade assitir ao jogo Sporting-Benfica. È ovacionado espontanemanete pela multidão.

Dia 1 de abril – Morte de Georges Pompidou. Marcello vai aos funerais.

Dia 4 de abril – Comemorações do 25º aniversário da NATO. Silva Cunha discursa no Comiberlant. Brigadas Revolucionárias fazem rebentar bomba no navio Cunene que se preparava para partir para África.

Dia 7 de abril – Spínola recebe programa do MFA vindo de Otelo através do major Carlos de Morais.

Dia 10 de abril – Golda Meir resigna, sucedendo-lhe Rabin. Lopes Rodó visita Portugal de 10 a 13 de abril. Manifestações em Nampula da população branca contra padres italianos acusados de ligação à Frelimo e contra o bispo, D. Manuel Vieira Pinto que vai regressar a Lisboa no dia 15.

Dia 12 de abril – Tomás recebe no Restelo Kaúlza de Arriaga. Kaúlza propõe a Tomás por carta o derrube de Marcello.

Dia 13 de abril – Spínola recebe novo projeto de programa do MFA com alterações feitas de acordo com as respetivas sugestões. Acrescenta-lhe ainda mais pormenores.

Dia 14 de abril – Reunião de Spínola com Costa Gomes. Este não se mostra favorável a um levantamento militar na metrópole.

Dia 15 de abril – Comunicados do PS e da CDE sobre o 16 de março.

Dia 16 de abril – Comunicado da DGS anuncia 15 prisões relacionadas com a preparação do 1º de maio. Informa-se que se encontravam na sede do jornal Notícias da Amadora panfletos revolucionários.

Dia 19 de abril – Reunião do Clube de Bildeberg em França. Presente o secretário geral da NATO. Fala-se na hipótese de mudança política em Portugal.

Dia 20 de abril – Almoço em Belém de Tomás, Caetano, presidentes da Assembleia Nacional, da Câmara Corporativa, do Supremo Tribunal de Justiça e de outros dignitários do regime.

Dia 23 de abril – Última reunião do conselho de ministros de Caetano. No regimento de engenharia da Pontinham Otelo, Jaime Neves e Garcia dos Santos ultimam os preparativos para a instalação do posto de comando do golpe de Estado.

Dia 24 de abril – Tomás inicia à s 22 horas a última visita oficial, à Feira das Indústrias. À mesma hora Otelo chega ao regimento de Engenharia 1 na Pontinha onde funciona o posto de comando das Forças Armadas. Às 22h55m transmite-se a senha para o desencadear do movimento através dos Emissores Associados de Lisboa: a canção de Paulo de Carvalho E depois do adeus

Dia 25 de abril – Golpe de Estado derruba o regime. Assume o poder uma Junta de Salvação Nacional (Spínola, Costa Gomes, Pinheiro de Azevedo, Rosa Coutinho, Jaime Silvério Marques, Galvão de Melo e Diogo Neto). Com a data desse dia são emitodos vários diplomas destituindo o Presidente da República e o Presidente do Conselho de Ministros, dissolvendo a Assembleia Nacional e o Conselho de Estado, exonerando os governadores civis, extinguindo a DGS, a Legião Portuguesa e a Mocidade Portuguesa e dissolvendo a Ação Nacional Popular.

Dia 26 de abril – A 1h e 30m é lida a proclamação da JSN. Esta e os dirigentes do MFA instalam-se na Cova da Moura onde funcionava o Secretariado da Defesa Nacional. Manifestações de apoio ao MFA. Perseguição a agentes da DGS. Tomás e Marcello seguem para o Funchal. Comunicado da Convergência Monárquica saúda a JSN. Diploma amnistia crimes políticos-

Dia 27 de abril – Presos políticos começam a sair de Caxias (85) e de Peniche (43). Nomeados delegados da JSN junto dos ministérios civis. Primeira reunião da JSN com movimentos políticos (MDP, SEDES e Convergência Monárquica). Intersindical saúda MFA.

Dia 28 de abril – MDP assalta Palácio da Independência, onde funcionava a sede da MP. Mário Soares com Tito de Morais e Francisco Ramos da Costa regressam a Lisboa de comboio. Costa Gomes assume o cargo de CEMGFA. Vasco Lourenço regressa dos Açores.

Dia 29 de abril – Começam as ocupações de casas em Lisboa, num bairro camarário de Monsanto. Implicados no 16 de março regressam aos postos que ocupavam no quartel RI5 nas Caldas da Rainha. Spínola reúne-se com banqueiros. Exonerados reitores das universidades. Reunião de cerca de cinco centenas de oficiais da Armada pedem intensificação dos saneamentos.

Dia 30 de abril – Álavaro Cunhal regressa a Lisboa. A SEDES constitui uma comissão política. Decreto sobre o saneamento das forças armadas. Criado o Fundo de Apoio aos Organismos Juvenis e extinto o Secretariado para a Juventude. Sindicatos ocupam edifício do Ministério das Corporações à Praça de Londres, passando a designá-lo por Ministério do Trabalho. Criado o Movimento de Libertação da Mulher. Libertados detidos no Tarrafal e na Machava. Plenário reúne 10 000 estudantes em Lisboa.

Dia 1 de maio – Grandes manifestações em Lisboa comemoram o Dia do Trabalhador. Cerca de meio milhão de pessoas. Passados à reserva 24 oficiais generais. Anunciada a constituição do MES.

Dia 2 de maio – Regressam de Argel Manuel Alegre e Piteira Santos. Decreto-lei amnistia desertores.

Dia 3 de maio – Suspensa a publicação do Novidades. Regressa Ruy Luís Gomes. Anunciada a criação de um Partido Trabalhista Democrático Português. Anuncia-se a formação de um partido do centro-esquerda, a partir de elementos da ala liberal.

Dia 4 de maio – Chamaplimaud no Brasil elogia Spínola. Costa Gomes e Diogo Neto em Luanda. No dia anterior, libertados 1 200 presos políticos em Angola. Impedido o embarque de militares no aeroporto da Portela por militantes do MRPP Nem mais um soldado para as colónias.

Dia 5 de maio – Libertados presos na Guiné. Anunciado um Partido Cristão Social Democrata.

Dia 6 de maio – Sá Carneiro, Pinto Balsemão e Magalhães Mota anunciam em conferência de imprensa a criação do Partido Popular Democrático. Willy Brandt demite-se de chanceler da RFA. Surge o Movimento Federalista.

Dia 7 de maio – Carlos Fabião nomeado delegado da JSN na Guiné.

Dia 8 de maio – Preso Francisco Casal Ribeiro na Cidla.

Dia 9 de maio – Ocupação da Timex. Greve da construção civil em tróia. Primeira lei so saneamento civil.

Dia 10 de maio – Suspensa a publicação de O Século que apenas volta à s bancas a 15 de maio. Homologados todos os contratos coletivos de trabalho pendentes. Spínola recebe Champalimaud. Constituído o Partido da Democracia Cristã. Amnistia militar.

Dia 11 de maio – Expresso fala na constituição de um partido Republicano Independente com Adriano Moreira e Henrique Martins de Carvalho. Costa Gomes em Moçambique defende federalismo. Causa Monárquica anuncia não querer transformar-se em partido e suspendo a publicação de O Debate. Fundada a UDT em Dili. JSN declara opor-se à s ocupações de casas. Greves na Covilhã, Nazaré e Minas da Panasqueira. Artigo de Almeida Santos na revista Tempo defende a autodeterminação para os povos das colónias.

Dia 12 de maio – Divulgado programa do Partido Trabalhista.

Dia 13 de maio – Mário Soares em entrevista à Newsweek defende a independência pura e simples para as colónias.

Dia 14 de maio – Vários diplomas sobre a estrutura constitucional provisória, nova amnistia militar e fm da censura aos espetáculos. Divulgado manifesto do PRP. Extinta a Polícia de Choque. 42 oficiais generais são passados à reserva.

Dia 15 de maio – Spínola proclamado presidente da república. Publicado programa e orgânica do governo provisório. Nomeados membros do governo. Detido Varela Gomes, chefe de um serviço de informações em formação. Dinis de Almeida ameaça bombardear Belém e consegue a libertação do coronel. Greve da Lisnave com sequestro da administração.

Dia 16 de maio – Posse do Governo. Soares parte para Dakar. Comício do MDP. Helmut Schmidt, chenceler alemão. Diretório Democrato-Social anuncia o fim da respetiva atuação. Subscrevem o comunicado Acácio Gouveia, Nuno Rodrigues dos Santos e Artur Cunha leal. Várias greves com reivindicações salariais e exigência de demissão de diretores de empresa.

Dia 17 de maio – O Avante publica o seu primeiro número legal.

Dia 18 de maio – Comício do PS no Porto. Comícios do PCP em Beja, Aljustrel e Pias. PS defende eleições municipais em outubro. Apoio dpó PPD. Assembleia da Faculdade de Letras de Lisboa decide passagem administrativa em todas as cadeiras.

Dia 19 de maio – Comício do PCP no Baleizão, homenageia Catarina Eufémia. Giscard d’Estaing eleito presidente da república em França. Nacionalizada a Companhia das Águas e Lisboa.

Dia 20 de maio – Tomás e Marcello seguem para o Brasil. Fundada a ASDT, Associação Social Democrata Timorense, donse surgirá a FRETILIN.

Dia 21 de maio – ALA distrinui em Beja esboço de um programa de reestruturação agrária. Greve da Companhia das Águas de Lisboa e na Standard Elétrica. Fundado o PPM. Surge o primeiro número legal de Luta Popular, órgão do MRPP.

Dia 22 de maio – Movimento Socialista Popular de Manuel Serra decide integrar-se no PS. Greve na Renault. Criado o Movimento Nacional Pró-Divórcio.

Dia 23 de maio – Greve dos estudantes do ensino secundário. Greve na Melka. Fim da greve na Lisnave. Conferência de imprensa do PDC.

Dia 24 de maio – Nomeada comissão para elaborar lei eleitoral. Toma posse em 3 de junho e apresenta relatório e projeto em 22 de agosto. Constituída por José Magalhães Godinho, Lino de Lima, Almeida Ribeiro, Jorge Miranda, barbosa de Melo, José Manuel galvão Teles e Manuel João da Palma Carlos. Comício da esquerda revolucionária no Pavilhão dos Desportos (PRP, LCI, URML, CBS). Greves do Metropolitano e da revista Flama. Começam em Londres as conversações com o PAIGC. Comício do PPD em Leiria mobiliza cerca de 300 pessoas. Divulgado programa da AOC. Decreto de Costa Gomes passa a incluir no MFA todos os oficiais, sargentos e praças.

Dia 25 de maio – Comício do PCP no Pavilhão dos Desportos em Lisboa. Presentes delegados do PS e do PPD. Considera-se que a onda generalizada de greves serve o fascismo. Manifestação da extrema-esquerda defende a imediata libertação do capitão Peralta. Comunicado do PSDI de Luís Arouca. Manifestação de estudantes do ensino secundário em Lisboa exige revogação dos exames. Anunciada a criação de um salário mínimo nacional de 3 300 escudos. Congelamento das rendas e das remunerações superiores a 7 500 escudos. Revisão do vencimento dos funcionários e aumento das pensões.

Dia 26 de maio – Comício do PPD em Torres Vedras com Pinto Balsemão. Cunhal critica as greves selvagens. Alunos do ensino secundário entram em greve. Elementos militares na RR para evitarem a intervenção da extrema-esquerda.

Dia 27 de maio – Várias greves selvagens, da panificação à Carris, em Lisboa. Greve de zelo na Timex. Greve dos Correios em Lisboa. Controversa intervenção de Galvão de Melo na RTP. Constituída a APODETI (Associação Popular Democrática Timorense), favorável à integração na Indonésia. Posse dos secretários de Estado.

Dia 28 de maio – Ocupações de casas no Porto. Partido Liberal divulga programa. Greves nos CTT e na Messa. MDP critica greves irresponsáveis.

Dia 29 de maio – Spínola visita o Porto. Avelino Gonçalves, ministro do trablho, do PCP, tem intervenção na televisaõ contra as greves. Colóquio do PS, organizado por Lopes Cardoso, sob o tema A terra a quem a trabalha.

Dia 30 de maio – Conversações de Londres com o PAIGC são interrompidas. Soares encontra-se com Senghor em Paris. Greve na Mabor. PCP insurge-se contra as greves nos CTT e da panificação.

Dia 31 de maio – Spínola visita Coimbra. Posse do Conselho de Estado. Entre os civis, Freitas do Amaral, Isabel Magalhães Colaço, Henrique de Barros, Azeredo Perdigão, Teixeira Ribeiro e Ruy Luís Gomes.

Dia 1 de junho – Reunião de delegados do MFA. Cerca de 800 presenças. Manifestação da Intersindical e do PCP contra a greve pela greve. Criação da CIP. Surge o jornal Revolução do PRP.

Dia 2 de junho – Comício do PS em Coimbra, com discurso de Miguel Torga. Abertura do centro de trabalho do PCP em Almeirim.

Dia 3 de junho – Spínola visita Tomar. Dipoma confere ao MAI a possibilidade de dissolver corpos administrativos e de nomear comissões administrativas.

Dia 5 de junho – Soares em Lusaka, encontra-se com Samora Machel.

Dia 6 de junho – Spínola em Évora.

Dia 7 de junho – Prisão de Saldanha Sanches do MRPP.

Dia 8 de junho – Reunião do MFA na Manutenção Militar coordenada por Vasco Gonçalves.

Dia 10 de junho – Spínola na Ota. Galvão de Melo e Vítor Alves no Brasil. Espetáculo de um grupo teatral na RTP, A Comuna, é mandado interromper por delegado da JSN, invocando-se o facto de ofender a Igreja Católica. Rosa Coutinho comparce diante dos écrans, justificando a intervenção. Declarações controversas de Pereira de Moura em Bragança sobre quem é fascista. O ministro, sem gravata, responde: aqueles que começam a dizer ao estudante, aos jovens estudantes, que têm de se submeter à autoridade.

Dia 11 de junho – Posse dos novos governadores de Angola (Silvino Silvério Marques) e de Moçambique (Henrique Soares de Melo). PPD decide aderir ao MDP e apresenta um programa de reforma agrária.

Dia 12 de junho – Diploma permite o acesso das mulheres a cargos judiciários.

Dia 13 de junho – Negociações com o PAIGC em Arel. Estabelecidas relações diplomáticas com a URSS. Spínola e a JSN têm reunião na Manutenção Militar com o MFA. Presidente pede voto de confiança para a condução do processo de descolonização e para poder assumir-se como intérprete do MFA. Ataques de Vasco Gonçalves. Não lhe sendo conferidos os votos de confiança, Spínola, que estava acompanhado pelos ministros Sá Carneiro e Vieira de Almeida, abandona a reunião agastado. Começam revoltas nas cadeias.

Dia 14 de junho – Greve da fome dos reclusos do Limoeiro. Assaltada sede do PCSD.

Dia 15 de junho – Amnistia para os delitos comuns.

Dia 16 de junho – Comissão Coordenadora do MFA na Guiné chega a Lisboa. Barros Moura é um dos elementos preponderantes na mesma.

Dia 17 de junho – Nova greve dos CTT. Apoiada pelo MES, mas contrariada pelo PCP. MDP promove manifestação contra as estações de correios que estão em greve. Reúne o Comté central do PCP.

Dia 19 de junho – Spínola encontra-se com Nixon nos Açores.

Dia 23 de junho – Otelo Saraiva de Carvalho é nomeado comandante do COPCON.

Dia 25 de junho – Nomeada comissao ad hoc para o controlo da imprensa, rádio, televisão, teatro e cinema. Existe para salvaguarda dos segredos dos aspetos militares e para evitar perturbações na opinião pública causadas por agressões ideológicas dos meios mais reacionários. Decreto sobre o saneamento de funcionários. Abrangidos os que revelem comportamento contrário ao espírito da ordem democrática estabelecida revelado já depois de 25 de abril de 1974 ou os que por factos comprovadamente revelem inadaptação do funcionário ao novo regime democrático. Palma Carlos é entrevistado pelo Diário de Notícias.

Dia 26 de junho – Comício do MDP no Porto. Presentes delegados do PCP, do PS e do PPD.

Dia 28 de junho – Comício do PCP no Campo Pequeno em Lisboa com cerca de 40 000 pessoas.

Dia 30 de junho – Mitterrand em Lisboa.

Dia 1 de julho – Morte de Péron.

Dia 2 de julho – Incidentes em comício do PPD em Castro Verde.

Dia 4 de julho – Comício do PS em Lisboa, com a presença de François Mitterrand.

Dia 5 de julho – Apresentado a Spínola o plano Palma Carlos.

Dia 6 de julho – Diploma sobre a reintegração de servidores do Estado. Cerimónia de juramento de bandeira de cadetes da Academia Militar. Spínola preside. Costa Gomes não comparece.

Dia 7 de julho – Reunião do MFA na Penha de França. Negativa à s propostas de Palma Carlos.

Dia 8 de julho – Diploma cria o COPCON. Spínola encontra-se com Senghor no aeroporto de Lisboa. Este aconselha-o no sentido da concessão da independência à s colónias. Apreciada a proposta de Palma Carlos no Conselho de Estado.

Dia 9 de julho – Palma Carlos apresenta a demissão, sendo acompanhado por Sá Carneiro, Vieira de Almeida, Firmino Miguel e Magalhães Mota.

Dia 10 de julho – Diplomas sobre o controlo de preços e criação das direções gerais de preços e da fiscalização económica.

Dia 11 de julho – Spínola no Alfeite. Carta de Palma Carlos formaliza a demissão do governo. Costa Gomes propõe imediatamente Vasco Gonçalves. Spínola convida Firmino Miguel, mas este põe como condição o apoio da JSN, o que não se concretiza. Convida depois os brigadeiros Neves Cardoso e Almeida Freire. Finalmente sugere que Costa Gomes passa a primeiro ministro acuumulando com o cargo de CEMGFA.

Dia 13 de julho – Otelo Saraiva de Carvalho, graduado em brigadeiro, é designado comandante adjunto do COPCON e comandante da região militar de Lisboa. Na cerimónia há uma troca de mimos com o CEME Jaime Silvério Marques, com Otelo a criticar o facto destes não terem promovido o derrube do regime anterior.

Dia 18 de julho – Posse do II Governo Provisório presidido por Vasco Gonçalves que declara: não desejamos, nem admitimos, de modo algum, um regresso ao triste passado de antes de 1926. Os ministérios da economia e das finanças voltam a separar-se. Vitorino Magalhães Godinho é o novo ministro da educação e cultura. Comissão coordenadora do MFA propõe uma campanha militar de esclarecimento das populações rurais. Manifestação do MRPP no Rossio.

Dia 19 de julho – Movimento Federalista passa a Partido do Progresso. Criado o CDS.

Dia 20 de julho – Turcos invadem Chipre.

Dia 23 de julho – Ultimato do MFA de Moçambique.

Dia 24 de julho – Rosa Coutinho toma posse como presidente da Junta Governativa de Angola.

Dia 25 de julho – Manifestação em Lisboa de apoio ao MFA com o PCP, MDP, PS e PPD.

Dia 27 de julho – Spínola na Escola Prática de Cavalaria de Santarém. Spínola reconhece o direito das colónias à independência.

Dia 28 de julho – Manifestação de apoio ao discurso de Spínola.

Dia 30 de julho – Congelamento das rendas de casas e de salários superiores a 7 500 escudos.

Dia 1 de agosto – Companhia portuguesa em Omar, no Norte de Moçambique, entrega-se sem luta, à FRELIMO. Desfila depois humilhantemente em Dar-es-Salam. Iniciada campanha de alfabetização e educação sanitária em 3 distritos e 100 localidades. Mobilizados cerca de 10 000 estudantes.

Dia 2 de agosto – Spínola em Tancos. Secretário-geral da ONU, Kurt Waldheim, em Lisboa. Presidente do Conselho da Europa visita Lisboa. O presidente da Comissão de Extinção da PIDE e da LP informa que a DGS tinha 2 162 funcionários e 20 000 informadores. Quanto à LP, para 8 000 legionários, 600 informadores e 200 membros das forças móveis de choque. Suspensão de A Capital e do Diário de Lisboa por 48 horas. Os restantes jornais não se publicam em solidariedade. Supensão levantada no dia seguinte.

Dia 4 de agosto – Tumultos em Luanda. JSN reconhece clima de caos e anarquia no país.

Dia 5 de agosto – Reconheciemento da independência da República da Guiné Bissau. Spínola visita batalhão de comandos na Amadora e o COPCON no Alto do Duque. Suspenso o Luta Popular por agressão ideológica ao MFA.

Dia 6 de agosto – Posse do novo governador de Cabo Verde, Silva Horta.

Dia 7 de agosto – Jaime Neves entra em rutura com Otelo. Este tem uma reunião com Dinis de Almeida visando a contagem de espingardas face à prevista rutura com spinolistas.

Dia 9 de agosto – Resignação de Nixon. Entrega de credenciais do novo embaixador da URSS A. Kalenine.

Dia 10 de agosto – Conselho de Estado ratifica a lei da greve.

Dia 11 de agosto – Discurso de Vasco Gonçalves na Festa do Emigrante: nós herdámos uma pesada herança do fascismo.

Dia 12 de agosto – Motim de agentes da PIDE na Penitenciária de Lisboa, seguida de manifestação de esquerdistas pedindo o julgamento popular dos mesmos. Conselho de Segurança da ONU recomenda a demissão da Guiné-Bissau.

Dia 13 de agosto – Spínola em férias no Buçaco. Reunião várias centenas de antigos aderentes da ANP numa quinta a sul de Liboa, devidamente autorizados pelo governo.

Dia 14 de agosto – Spínola em Mafra no dia da Infantaria.

Dias 15 e 16 de agosto – Manifestação anticolonial em Lisboa em apoio ao MPLA. Incidentes, um morto e vários feridos. Reunião do Conselho de Estado sobre política económica. Começa a conferência de Dar-es-Salam com a FRELIMO. Spínola volta ao Buçaco.

Dia 16 de agosto – Sai o primeiro número do Tempo Novo, semanário dirigido por José Hipólito Raposo, onde colaboram vários membros do Partido Liberal.

Dia 17 de agosto – Diploma dissolve as corporações. Casal Ribeiro, até então, preso na Trafaria, é libertado. Vernon Walters, subdiretor da CIA, visita Lisboa, onde conferencia com as autoridades.

Dia 18 de agosto – Comunicação de Vasco Gonçalves pela RTP, anunciando aumento de preços e repisando a tecla da pesada herança do fascismo. Manifestação em Lisboa de cabo-verdianos anti-PAIGC, promovida por uma União Democrática de Cabo Verde. Gera-se contramanifestação.

Dia 19 de agosto – Diploma institui comissões ministeriais de saneamento de funcionários públicos.

Dia 20 de agosto – Spínola no Buçaco recebe a delegação que conferenciou com a FRELIMO. Rece também Costa Gomes. Diplomas com a Reforma Fiscal e o aumento de vencimentos de funcionários públicos e das pensões. CDS promove primeiro comício em Vila Nova de Famalicão.

Dia 21 de agosto – Entregue a Spínola documento dos operacionais Ramalho Eanes, Hugo dos Santos e Aurélio Trindade, sobre a situação político-militar. Escreve um plano de regime transitório de exceção. Fundado o MDE/S. Movimento para o Desenvolvimento da Empresa /Sociedade, reunindo os principais chefes dos grupos económicos portugueses.

Dia 22 de agosto – Comissão para a lei eleitoral apresenta relatório e projeto. Depois de greve, é encerrado o Jornal do Comércio.

Dia 24 de agosto – Explosão de bomba no Porto impede a realização de um projetado comício do MDP. Documento de militares spinolistas, subscrito por Hugo dos Santos e Engrácia Antunes, propondo a extinção da Comissão Coordenadora do MFA é posto a circular pelas várias unidades militares.

Dia 26 de agosto – Acordo de Argel com o PAIGC. Portugal reconhece de jure a República da Guiné-Bissau. Inicia-se greve da TAP.

Dia 27 de agosto – Sai decreto com lei da greve e do lock out. Constituída a Frente Democrática Unida, congregando Partido do Progresso, partido Liberal e PTDP. Spínola recebe no Buçaco delegação que negociou o acordo de Argel com o PAIGC.

Dia 28 de agosto – Grevistas da TAP recusam mobilização decretada pelo governo. Prisão de 14 membros do MRPP quando colavam cartazes.

Dia 29 de agosto – Diploma sobre o direito de reunião. Spínola assina acordo de Argel. PS retira-se do MDP quando este movimento anuncia querer candidatar-se às eleições.

Dia 30 de agosto – Constituídos os primeiros sindicatos de trabalhadores agrícolas.

Dia 31 de agosto – Criada a Juventude Centrista, organismo do CDS.

Dia 5 de setembro – Começam negociações de Lusaka com a FRELIMO.

Dia 7 de setembro – Acordo de Lusaka com a FRELIMO. Revolta em Lourenço Marques da população portuguesa. Ocupação do Rádio Clube de Moçambique. Incidentes sangrentos, com matanças mútuas entre grupos raciais. Spínola regressa a Lisboa.

Dia 8 de setembro – Reunião do Conselho de Estado homologa acordo de Lusaka.

Dia 9 de setembro – Diploma cria um Alto Comissário em Moçambique.

Dia 10 de setembro – Reconhecimento oficial da República da Guiné Bissau. Primeiro apelo de Spínola à maioria silenciosa para que se manifeste.

Dia 11 de setembro – PPD apoia palavras de Spínola, considerando-as um solene aviso e uma advertência contra totalitarismos reacionários e revolucionários. CDS dá também apoio.

Dia 12 de setembro – Diploma extingue organismos corporativos dependentes do ministério da economia. Manifestação de operários da Lisnave contra o lock out. Defendido o saneamento dos fascistas. Apesar de proibida, realiza-se com a participação de militares. Hailé Selassié é derrubado por um golpe de Estado.

Dia 13 de setembro – Diplomas nacionalizam bancos emissores: Banco de Portugal, Banco Nacional Ultramarino e Banco de Angola. Discurso de Spínola na GNR.

Dia 14 de setembro – Encontro entre Spínola e Mobutu na Ilha do Sal. Aparece o primeiro número do semanário Bandarra, ligado à FDU, dirigido por Miguel Freitas da Costa.

Dia 15 de setembro – ALA marca manifestação para 29 de setembro, em frente ao Palácio de Belém.

Dia 16 de setembro – Surge cartaz da maioria silenciosa convocando manifestação para 29 de setembro.

Dia 17 de setembro – Conselho de Ministros proibe as atividades do Partido Nacionalista Português, por estar ligado a legionários.

Dia 18 de setembro – Comício do MRPP comemorando a respetiva fundação. Começam a ser afixados os cartazes convocando manifestação para 29 de setembro.

Dia 19 de setembro – Professor de direito Almeida Costa, ex-ministro da justiça antes de 1974, é atacado e arrastado pelas ruas.

Dia 20 de setembro – Toma posse novo governo de Moçambique presidido por Joaquim Chissan. Surge o Boletim das Forças Armadas, órgão da 5ª Divisão, sem conhecimento da Junta de Salvação Nacional. Reunião de Spínola com Vasco Gonçalvesm Silva Lopes, Rui Vilar e Firmino Miguel, sobre a situação económica.

Dia 21 de setembro – Incidentes no Mindelo, Cabo Verde. Spínola recebe o coronel Fernando Cavaleiro, organizador da projetada manifestação de 29 de setembro. Recebe também o general Almeida Viana que o convida para a tourada da Liga dos Combatentes a realizar no dia 26 de setembro.

Dia 23 de setembro – Manifestação da maioria silenciosa é autorizada pelo Governo Civil de Lisboa.

Dia 25 de setembro – Greve dos funcionários públicos em Cabo Verde, de 25 a 30 de setembro. COPCON decide efetuar vagas de prisões de reacionários. Na rádio começam a surgir apelos para se barrarem acessos a Lisboa por ocasião da manifestação da maioria silenciosa.

Dia 26 de setembro – Spínola assiste ao concurso hípico da Taça das Nações e à noite, acompanhado por Vasco Gonçalves, à tourada da Liga dos Combatentes. É aclamado, enquanto Vasco é apupado. Vaga de prisões. Entre od detidos, o pai de Melo Antunes.

Dia 27 de setembro – Reunião da JSN. Spínola propõe a demissão de Vasco Gonçalves. Conselho de Ministros à s 19 horas. Apenas Sanches Osório, Almeida Santos e Firmino Miguel apoiam Spínola, verberado por Salgado Zenha e Vitorino Magalhães Godinho. Spínola recebe forças vivas de Angola, acompanhado por Almeida Santos. Começam as barricadas.

Dia 28 de setembro – Sede do Partido Liberal de Setúbal é assaltada.

Dia 30 de setembro – Em reunião do Conselho de Estado, Spínola apresenta a renúncia. Eleito apenas com o voto de Pinheiro de Azevedo e a comunicação telefónica a partir de Luanda de Rosa Coutinho, Costa Gomes.

Dia 1 de outubro – Toma posse o III Governo provisório. Manifestação da Intersindical no Campo Pequeno.

Dia 2 de outubro – Aumento dos vencimentos das Forças Armadas.

Dia 5 de outubro – Vasco Gonçalves no Porto.

Dia 6 de outubro – Neste domingo, dia de trabalho nacional. O novo secretário de estado da informação anuncia a criação de uma comissão de extinção das atividades fascistas.

Dia 9 de outubro – Salgado Zenha dá posse ao presidente da Comissão Nacional de Inquérito, conselheiro Fernandes Costa. Processo Delgado entra no Tribunal de Santa Clara. Saldanha Sanches, detido há quatro meses, sai do Forte de Elvas. Silva Lopes regressa a Lisboa, vindo de uma reunião do FMI.

Dia 10 de outubro – Ramos da Costa nomeado embaixador em Belgrado.

Dia 11 de outubro – Mário Ruivo nomeado presidente da Comissão Nacional da FAO.

Dia 13 de outubro – Peregrinação a Fátima é protegida pelo COPCON para evitar aproveitamentos reacionários.

Dia 16 de outubro – Costa Gomes em Nova Iorque encontra-se com Gerald Ford.

Dia 17 de outubro – Discurso de Costa Gomes na ONU.

Dias 19 e 20 de outubro – Congresso extraordinário do PCP.

Dia 21 de outubro – Desmentindo boatos, Vasco Gonçalves declara na RTP: eu encontro-me bem de saúde.

Dia 22 de outubro – Diploma sobre nova lei do arrendamento rural. Assinado acordo formal de cessar fogo entre Portugal e o MPLA.

Dia 28 de outubro – Cunhal parte em viagem para a URSS.

Dia 30 de outubro – Criada a EPAL. Almeida Santos visita Timor. Melo Antunes ajudado por Rui Vilar começa a preparar um plano económico.

Dia 3 de novembro – FLEC tenta golpe em Cabinda.

Dia 4 de novembro – MDP/CDE passa a partido. Ataque a sede do CDS em Lisboa promovida pela FEML, organismo ligado ao MRPP.

Dia 7 de novembro – Diplomas sobre o direito de associação e as regras dos partidos políticos.

Dia 8 de novembro – Nova Democracia ganha eleições gregas.

Dia 15 de novembro – Vários diplomas eleitorais sobre o recenseamento, as incapacidades cívicase o método de Hondt.

Dia 20 de novembro – Diploma sobre a requisição civil.

Dia 22 de novembro – Diploma sobre o arrendamento compulsivo de terras subaproveitadas.

Dias 23 e 24 de novembro – I Congresso do PPD, com aprovação do programa e dos estatutos. Sá Carneiro como secretário-geral. Lista unitária para todos os órgãos, mas esboça-se a oposição do grupo de Jorge Sá Borges.

Dia 25 de novembro – Diploma sobre o regime de intervenção do Estado nas empresas privadas.

Dia 26 de novembro – Acordo de Argel entre Portugal e o MLSTP.

Dia 27 de novembro – Diploma sobre o regime constitucional provisório de Angola.

Dia 29 de novembro – Vitorino Magalhães Godinho pede a demissão. Associação dos Deficientes das Forças Armadas ocupa o Palácio da Independência.

Dezembro – Sá Carneiro visita os Estados Unidos da América. Começam as campanhas de dinamização cultural do MFA. Sessão em Alcobaça no dia 5.

Dia 6 de dezembro – Assembleia do MFA.

Dia 7 de dezembro – Ramiro Correia em entrevista ao Expresso revela os objetivos das campanhas de dinamização cultural.

Dia 11 de dezembro – Cessar fogo na Rodésia.

Dia 13 de dezembro – Prisão de vários capitalistas acusados de sabotagem económica (Jorge de Brito, do BIP, Agostinho da Silva, José da Silva e Sarmento Rodrigues, do BIP e da Torralta). Mandatos de captura contra João Luís de Almeida Garrett e Francisco Brás de Oliveira.

Dias 13 e 14 de dezembro – Congresso do PS. Vence Mário Soares, derrotando Manuel Serra.

Dia 16 de dezembro – Fundação da UDP.

Dia 18 de dezembro – Diploma sobre a requisição pelo Estado de técnicos ao setor privado.

Dia 19 de dezembro – Nelson Rockefeller vice-presidente norte americano.

Dia 22 de dezembro – Congresso do MES.

Dia 27 de dezembro – Novo ministro da educação, Manuel Rodrigues de Carvalho anuncia que não funcionará o primeiro ano das universidades, criando-se um serviço cívico estudantil.

Dia 28 de dezembro – Assembleia do MFA, com discurso de Vasco Gonçalves.

Dia 29 de dezembro – Mário Soares em Goa.

Dia 30 de dezembro – Governo de transição para Cabo Verde sob a chefia de Pereira d´Eça.

Dia 31 de dezembro – Diploma sobre a gestão democrática do ensino superior. Conferência de imprensa da comissão coordenadora do programa do MFA. Diploma cria Comissão Nacional de Descolonização.

Janeiro – Plano Melo Antunes é considerado pouco avançado por Vasco Lourenço e Franco Charais.

Dia 1 de janeiro – O primeiro Dia Mundial da Paz depois do fim da guerra colonial. D. António Ribeiro refere a alegria dos portugueses pelo termo da guerra. Costa Gomes na Mensagem de Ano Novo disserta sobre a situação política transitória e a dinâmica da revolução. Governo decide aumentar as pensões da Previdência, anunciam os jornais. Comissão Coordenadora do MFA dá conferência de imprensa e declara que as bases do MFA vão decidir sobre a participação do movimento na Assembleia Constituinte.

Dia 2 de janeiro – Conselho Superior do MFA, Conselho dos 20, discute a unicidade sindical. Entrevista de Vitorino Magalhães Godinho à Vida Mundial fala em degradação.

Dia 3 de janeiro – Manifestação do MES sob o lema Lutar, lutar, poder popular. Carlos Carvalhas, secretário de Estado, em intervenção na RTP, defende a unicidade sindical.

Dia 4 de janeiro – Assembleia do MFA. Críticas ao Plano Melo Antunes. Reunião em Mombaça do MPLA, da UNITA e da FNLA. Entrevista de Spínola a Marcelo Rebelo de Sousa no Expresso fala num socialismo lusíada. A primeira interveção pública do ex-presidente desde 29 de setembro. Encontro de Cristãos pelo Socialismo. Realiza-se em Lisboa o I Encontro dos Cristãos pelo Socialismo. Reunião da Assembleia do MFA.

Dia 6 de janeiro – ELP. Fundação oficial do Exército de Libertaçação de Portugal em Espanha. Portugal reconhece a República Popular da China.

Dia 7 de janeiro – Zenha contra a unicidade sindical. Artigo de Francisco Salgado Zenha no Diário de Notícias contra a programada unicidade sindical. Surge o semanário O Social Democrata, órgão do PSDI. Dirigido por Paradela de Abreu. Terá nove números, o último dos quais em 6 de março.

Dia 9 de janeiro – José Miguel Júdice depois de estar preso em Caxias durante três meses e meio é posto em liberdade. Manuel Serra funda a FSP.

Dia 10 de janeiro – Começa a conferência de paz para Angola no Alvor. PCP defende a unicidade sindical.

Dia 11 de janeiro – Comício da UDP no Pavilhão dos Desportos de Lisboa. Comício do MRPP no Palácio de Cristal no Porto. Intersindical contra Salagado Zenha. Concada manifestação para o Largo Martim Moniz em Lisboa, apoiada pelo PCP, MDP, MES, FSP.

Dia 12 de janeiro – PCP entrega o pedido de legalização no Supremo Tribunal de Justiça, iniciando uma sério para que são mobilizados todos os partidos. O segundo partido a desencadear o processo, no dia seguinte, é o CDS.

Dia 13 de janeiro – Comício do MDP em Lisboa. Começa a Operação Nortada, de 13 a 28 de janeiro. Campanha de Dinamização Cultural levada a cabo pelo Regimento de Comandos no Nordeste, dirigido, então por Matos Gomes. Colaboram Ramiro Correia, Faria Paulino e Dinis de Almeida. Conselho Superior do MFA manifesta-se pela unicidade sindical, por unanimidade. PS manifesta-se formalmente contra a unicidade sindical.

Dia 14 de janeiro – MES, MDP e PCP promovem manifestação a favor da unicidade sindical, diante do Ministério do Trabalho. O Ministro comparece e faz discurso a favor da unicidade. Várias sessões do MFA no distrito de Santarém.

Dia 15 de janeiro – Acordos de Alvor, assinados pelo MPLA, UNITA e FNLA. Marcada a data da independência para 11 de novembro.

Dia 16 de janeiro – PS contra unicidade. Comício do PS no Pavilhão dos Desportos de Lisboa contra a unicidade sindical. Discurso de Francisco Salgado Zenha contra o PCP e a Intersindical.

Dia 17 de janeiro – Política externa. Chega a Lisboa o novo embaixador norte-americano, Frank Carluci. Otelo visita Viseu no âmbito da Operação Nortada.

Dia 18 de janeiro – Carlos Fabião enentrevista ao Expresso declara a necessidade de leis revolucionárias.

Dia 19 de janeiro – PPD insurge-se contra a Unicidade sindical. Assembleias de estudantes em Lisboa e em Coimbra, não controladas pelo PCP, contra o exame de aptidão e o serviço cívico estudantil. Defendem a realização de cursos livres.

Dia 20 de janeiro – Aprovada a unicidade sindical em Conselho de Ministros. Nessa reunião há também uma decisão sobre a expropriação das terras de regadio das grandes propriedades. Aprovada com votos contrários dos ministros do PS e do PPD.

Dia 21 de janeiro – MDP propõe MFA para o prémio Nobel da Paz.

Dia 22 de janeiro – Começa o I Congresso do CDS no Porto.

Dia 23 de janeiro – Chegam a Lisboa os restos mortais de Humberto Delgado.

Dia 24 de janeiro – Começa a publicar-se o semanário Presença Democrática, órgão do PDC.

Dia 25 de janeiro – Orlando de Carvalho declara ao Expresso que qualquer força se legitima sobretudo pela sua correspondência efetiva à s necessidades populares que não somente a vontades populares que a controlam apenas no momento da eleição. Boicotado Congresso do CDS que se reunia no Pavilhão de Cristal no Porto.

Dia 26 de janeiro – Reunião em Sesimbra de Vasco Gonçalves, Otelo e da Comissão Coordenadora do MFA, discutem processos de institucionalização do movimento.

Dia 27 de janeiro – Rosa Coutinho regressa a Lisboa. Senghor visita Lisboa.

Dia 28 de janeiro – Assembleia do MFA sanciona por maioria simples a unicidade sindical. Brigadeiro António da Silva Cardoso, Alto Comissário e presidente do governo de transição de Angola. Vasco Vieira de Almeida aceita o desafio de ser ministro da coordenação económica desse governo.

Dia 30 de janeiro – MRPP promove manifestação contra manobras da NATO que decorrem na costa do Alentejo, a chamada operação Locked Gate. Artigo de Vitorino Magalhães Godinho na Vida Mundial, critica a hipótese do MFA, ao institucionalizar-se, transformar-se em órgão de soberania ou de governo. Toma posse Governo de Transição em Angola. Campanha de Dinamização Cultural do MFA no Alto Minho, a chamada Operação Verdade, levada a cabo por para-quedistas. Levam consigo a Banda da Força Aérea e a Companhia de Teatro A Comuna.

Dia 31 de janeiro – Adiadas as eleições para a Assembleia Constituinte. Para depois de 31 de março, até 25 de abril. Política externa. Primeiro secretário dos comunistas polacos, Edward Gierek visita Lisboa. Criado o Partido Revolucionário dos Trabalhadores que passa a editar o jornal Combate Socialista. Toma posse governo de transição de Angola.

Dia 1 de fevereiro – Comício do PPD em Aveiro. Sá Carneiro insurge-se contra a hegemonia dos militares. Congresso do PDC na Figueira da Foz elege Sanches Osório como secretário-geral. O Congresso é interrompido, depois do camndante região militar do Centro o solicitar, por se admitirem incidentes a provocar pelo MRPP.

Dia 2 de fevereiro – Comício do PCP em Bragança. Esquadra da NATO no Tejo. Ocupada a Herdade da Defesa em Évora.

Dia 3 de fevereiro – Rui Vilar, ministro da economia, anuncia na RTP que a reforma agrária se desencadeará, depois do Conselho de Ministro aprovar diplomas sobre a matéria.

Dia 4 de fevereiro – Porta voz da PR anuncia que as eleições se realizarão a 25 de abril. Capitão Pinto Ferreira toma posse como comandante da GNR. Agostinho Neto instala-se em Luanda.

Dia 5 de fevereiro – Exposição de D. António Ferreira Gomes ao Conselho Presbiterial do Porto.

Dia 6 de fevereiro – Assembleia dos 200 do MFA decide a institucionalização do movimento.

Dia 7 de fevereiro – Nova manifestação contra a NATO promovida pelo MRPP. Foi proibida, mas os soldados destacados para a reprimir acam por integrar-se nela. Primeiro congresso da LCI no Porto. Decreto-lei cria o IAPMEI, Instituto de Apoio à s Pequenas e Médias Empresas. Manifestação em Lisboa promovida pela Intersindical.

Dia 8 de fevereiro – Conselho de Ministros aprova o Plano Melo Antunes. Conselho de Estado dá parecer favorável à lei constitucional provisória. Reforço dos poderes legislativos da JSN.

Dia 9 de fevereiro – Realiza-se em Évora a Conferência dos Trabalhadores Agrícolas do Sul que clama pela liquidação dos latifúndios e pela entrega da terra a quem a trabalha. PCP promove em Barcelos um encontro de pequenos e médios agricultores. Greve na Rádio Renascença.

Dia 10 de fevereiro – Costa Gomes anuncia a realização das eleições em 12 de abril.

Dia 12 de fevereiro – Anunciado por Manuel Serra o programa da FSP. Sessão de dinamização cultural do MFA para trabalhadores da rádio e da televisão. Combates em Luanda entre a direção do MPLA e a fação de Chipenda.

Dia 13 de fevereiro – Assinada no Vaticano a revisão da Concordata. Leonardo Ferraz de Carvalho é convidado a discursar sobre o socilismo na Região Militar de Lisboa. PPD critica a nova legislação revolucionária, denunciando a concentração de poderes na JSN. Ocupação de terras em Alpiarça.

Dia 16 de fevereiro – Manifestação de apoio ao MFA em Alcácer do Sal.

Dia 17 de fevereiro – Assembleia do MFA. Assembleia dos 200 aprova a institucionalização do MFA. Começa greve geral nos liceus e escolas secundárias em Tomar. Alastra a todo o país. Violência de esquerda. Bomba destrói estátua de Salazar em Santa Comba Dão. Grupos spinolistas tentam golpe palaciano no Palácio de Belém, procurando prender alguns dos elementos do Conselho dos 20. Reunião da JSNm do Copcon e de Corvacho sobre o ELP, cuja existência é divulgada. Instituídas as ALA de Évora e Viana do Alentejo.

Dia 19 de fevereiro – Publicada a nova lei constitucional provisória, ampliando os poderes da JSN.

Dia 20 de fevereiro – Reunião para a contenção do golpe spinolista. Realiza-se uma primeira reunião visando a contenção do golpe spinolista, promovida por Dinis de Almeida e contando com a presença de Mário Tomé de de Vasco Lourenço. Este considera que 80% do exército é reacionário. Sessão de dinamização cultural no Sabugo, com discurso de Vasco Gonçalves transmitido pela RTP. Comissão dos 8, constituída por Vasco Gonçalves, Rosa Coutinho, Pinho Freire, Melo Antunes, Pereira Pinto, Almada Contreiras, Costa Martins e Vasco Lourenço reúne com os partidos visando a institucionalização do MFA.

Dia 21 de fevereiro – Decreto revoga a garantia administrativa dos funcionários. Despacho do secretário de Estado da justiça Armando Bacelar mandando apagar dos tribunais e de outros edifícios dependentes do ministério todas as inscrições referentes a inaugurações promovidas pelo Estado Novo. Publicado o Plano Melo Antunes, ou Programa Económico Social de Transição. Termina à porta fechada o I Congresso do CDS que no Porto havia sido interrompido. Violência de esquerda. Incidente com comício do PPD em Almada.

Dia 22 de fevereiro – MFA proclama direito de veto sobre a composição do governo e futuras candidaturas à presidência da república. Congresso da LUAR à porta fechada. Ocupação de terras em Alcoentre. COPCON recebe relatório secreto da Região Militar do Norte sobre as atividades do ELP, falando-se na execução de um próximo golpe militar de spinolistas.

Dia 23 de fevereiro – Incidentes durante comício do PPD em Chaves.

Dia 24 de fevereiro – Conferência de imprensa dos autores do Plano Melo Antunes.

Dia 25 de fevereiro – Constituída a ALA de Santarém. Boicotado comício do PDC em Lisboa. Novos ministros da defesa (Silvano Ribeiro) e da comunicação social (Correia Jesuíno).

Dia 26 de fevereiro – Decreto publica Lei de Imprensa. Constituída a Comissão Nacional de Eleições. CDS e PDC decidem listas conjuntas. Ocupação de terras em Grândola. Conselho de Ministros aprova nova lei do arrendamento rural.

Dia 27 de fevereiro – Segunda reunião para a contenção do golpe spinolista. Dinis de Almeida promove segunda reunião preparando a contenção do golpe spinolista. Presente Sousa e Castro que elabora lista dos oficiais considerados perigosos. Esta lista terá servido para a chamada Matança da Páscoa, divulgada pelos serviços secretos franceses. Autorizada a construção do Complexo Petroquímico de Sines.

Dia 28 de fevereiro – Eleições na Grã-Bretanha. Manifestação do Movimento da Libertação da Mulher a favor da despenalização do aborto. Corvacho comunica a Lisboa que o golpe spinolista passa pelo ataque aéreo ao RAL1.

Dia 1 de março – Virgílio Ferreira participa em sessão do PS realizada em Benfica. Golpe de Estado previsto para o dia 1, é adiado pelo próprio general Spínola.

Dia 3 de março – Golpe anunciado. A Capital anuncia CIA planeia golpe em Portugal antes de fim de março. Teria o apoio da RFA e do SPD.

Dia 4 de março – Assembleia do MFA. Discutido o Plano Melo Antunes. Ainda têm intervenção oficiais spinolistas, como Carlos Azeredo. Ter-se-á feito uma espécie de contagem de espingardas, num ambiente bipolarizado, com os futuros nove a alinharem com os gonçalvistas e os esquerdistas contra os spinolistas.

Dia 5 de março – Continua a greve dos liceus. Em Cerca de 26.

Dia 6 de março – Miguel Torga escreve artigo em A Capital criticando o gonçalvismo: é necessário interromper sem demora esta corrida louca que nos leva à perdição. Decreto sobre o saneamento da função pública. Em reunião do Conselho de Estado fala-se em que tropas para-quedistas marcharão sobre Lisboa para deterem Costa Gomes.

Dia 7 de março – Interrompido comício do PPD em Setúbal por elementos esquerdistas ligados À UDP. Dois mortos e vinte feridos. Reunião da Assembleia do MFA, onde pela primeira vez participam sargentos e praças.

Dia 8 de março – Manifestação do Movimento de Libertação das Mulheres, apoiada pela Intersindical. Artigo de Fernando Namora no Diário de Notícias considra que o país está emocionalmente exausto. I Congresso da UDP no Montijo. Conselho dos Vinte decide pela institucionalização do MFA. Reunião de exilados em Madrid, tomam conhecimento de uma lista dita da matança da Páscoa, fornecida por serviços secretos estrangeiros.

Dia 9 de março – I Encontro da União da Juventude Comunista afeta ao PCP no Pavilhão dos Desportos em Lisboa. Reunião na sede da Comissão de Extinção da PIDE com oficiais do RAL 1 visando a contenção do golpe spinolista em preparação. Jorge Campinos em visita à RFA diz que o PS em conjunto com Costa Gomes admite a substituição de Vasco Gonçalves e o regresso de Spínola.

Dia 10 de março – PS em comunicado aceita convite do PCP para diálogo e cooperação. Comissão central do MDP emite comunicado sobre a ofensiva reacionária.

Dia 11 de março – Golpe anunciado.

Dia 12 de março – Assaltos a sedes do PDC, CDS e PPD em vários pontos do país. Criado na 5ª Divisão um Centro Contra o Boato. MFA ocupa no Porto as estações de rádio e televisão. Começa vaga de ocupações de casas e de empresas. Rádio Renascença controlada pelos trabalhadores passa a ter emissões regulares.

Dia 13 de março – Decreto exonera os civis do Conselho de Estado. Prisão de membros da família Melo. Encontro do PS e do PCP. Esquadra da NATO aproxima-se de Portugal.

Dia 14 de março – Emitidos vários decretos revolucionários: instituição do Conselho da Revolução, com extinção do Conselho de Estado e da Junta de Salvação Nacional; criação da Assembleia do Movimento das Forças Armadas; nacionalização da banca.

Dia 15 de março – Decreto sobre a nacionalização das companhias de seguros. Alpoim Calvão refugia-se em Espanha. Manifestação de apoio ao MFA em Belém e júbilo pela nacionalização da banca, com discurso congratulatório de Costa Gomes.

Dia 16 de março – Comício do PCP no Campo Pequeno. Grita-se MDP em lugar do PPD.
Comício do PRP em Lisboa, com um soldado do RAL 1 a decsrever o processo de ocupação de terras em que estivera envolvido.

Dia 17 de março – Tomada de posse do novo Conselho da Revolução. Ramiro Correia anuncia nova campanha de dinamização cultural abrangendo todo o território nacional.

Dia 18 de março – Suspensão da AOC, PDC e MRPP, impedidos de concorrência à s eleições. Comício da Intersindical pede expropriação dos grandes latinfúndios.

Dia 19 de março – Adiadas as eleições para 25 de abril. Arranca campanha de dinamização cultural em Viseu.

Dia 20 de março – 5 000 metalúrgicos manifestam-se em Lisboa contra o respetivo sindicato.

Dia 21 de março – Comício do PS no Campo Pequeno. Sessão de esclarecimento da 5ª Divisão em Setúbal. CDS elabora novas listas de candidatos a deputados.

Dia 22 de março – Tentativa de assalto a sede do PCP no Porto. Criada comissão mista estadual para a RR.

Dia 23 de março – Paulo VI mostra-se preocupado com a situação vivida em Portugal. Fidel de Castro envia saudação à s forças progressistas de Portugal. Conferência de imprensa de Corvacho denunciando atividades do ELP.

Dia 25 de março – Pinto Ferreira acumula comando da GNR com o da PSP. MRPP em conferência de imprensa apela para o boicote ativo à s eleições.

Dia 26 de março – Posse do VI Governo Provisório, com dois ministros do MFA e ministros sem pasta representativos de cada um dos partidos da coligação governamental. Criado um ministério do planeamento e da coordenação económica (Mário Murteira) e novos ministérios para a indústria e tecnologia (João Cravinho); agricultura e pescas (Fernando Baptista); comércio externo; transportes e comunicações (Veiga de Oliveira).

Dia 27 de março – Diploma criador do Instituto de Participações do Estado. Álvaro Cunhal proclama: os partidos que conspiram contra a liberdade devem ser proibidos e os seus dirigentes severamente punidos.

Dia 29 de março – Sá Carneiro abandona Lisboa e vai para Londres. Institucionalizada a Assembleia do MFA. Conferência de imprensa do ELP. Nega participação no 11 de março, mas afirma-se ronto para atuar em qualquer ponto do território nacional.

Dia 31 de março – Criado Subsídio de Desemprego. Criado o IARN, Instituto de Apoio aos Retornados Nacionais. Processo de ocupação de terras começa a intensificar-se.

Dia 1 de abril – Costa Martins regressa da URSS e declara: é necessária a ajuda soviética a Portugal. Plenário da 5ª Divisão. Coronel Eurico Corvacho nomeado comandante da Região Militar do Norte.

Dia 2 de abril – Começa a campanha eleitoral. Costa Braás é o ministro da administração interna responsável pelo processo. Apresentado o projeto de Pacto MFA/Partidos. Criada comissão dinamizadora dos praças da armada.

Dia 3 de abril – FNAT passa a INATEL. Diploma estabelece a composição da Assembleia do MFA.

Dia 4 de abril – Jean-Paul Sartre visita Lisboa e vai ao RAL 1. Murais em Bragança dão vivas ao ELP.

Dia 7 de abril – Assembleia do MFA já institucionalizada, com sargentos e praças opta pela revolução socialista e aprova a constituição de um tribunal revolucionário. D. António Ribeiro em entrevista a Le Figaro declara que o governo não controla o país. Governo da RFA decisão sobre processo de auxílio financeiro a Portugal.

Dia 8 de abril – Conferência de Imprensa de Vasco Gonçalves na Fundação Calouste Gulbenkian em Lisboa: não podemos perder por via eleitoral aquilo que tanto tem custado a ganhar ao povo português. Pinto Ferreira declara que a GNR e a PSP devem estar ao serviço do povo português. COPCON detém 28 oficiais e sargentos implicados no 11 de março.

Dia 10 de abril – MFA começa a defender o voto em branco.

Dia 11 de abril – Assinado o I Pacto MFA/Partidos. Conselho da Revolução suspende propaganda eleitoral da FEC (ML).

Dia 13 de abril – Reunião em Madrid do grupo que vai dar origem ao MDLP e que se distingue do processo até então seguido pelo ELP.

Dia 14 de abril – Diploma permite legalizar a ocupaçao de casas.

Dia 16 de abril – Publicados vários diplomas sobre as nacionalizações: Sacor, Petrosul, Sonap, Cidla, CP, CNN, CPTM, TAP. Siderurgia Nacional, empresas de eletricidade. Manifestação do PCP, MDP, FSP e MES de apoio à s nacionalizações. PS emite comunicado favorável.

Dia 17 de abril – Sai o primeiro número do Jornal Novo, dirigido por Artur Portela Filho e subsidiado pela CIP. Diploma sobre a punição da sabotagem económica.

Dia 18 de abril – Anunciada a criação de Centros Regionais da Reforma Agrária. Declara não serem toleradas mais ocupações de terras. Diploma estabelece o 25 de abril como Dia de Portugal. Congresso dos Conselhos Revolucionários de Trabalahadores, Soldados e Marinheiros, afetos ao PRP. Representadas 165 empresas e 26 unidades militares.

Dia 19 de abril – Comissões de Trabalhadores ocupam sede do grupo CUF.

Dia 20 de abril – Plenário da Intersindical em Lisboa defende expropriações dos latifúndios.

Dia 21 de abril – Diploma cria Provedor de Justiça. Congelados os preços dos bens dos produtos alimentares.

Dia 22 de abril – Publicados relatórios oficiais sobre o 28 de setembro e o 11 de março. Nomeado Conselho de Imprensa e instituído o Serviço Cívico. Cristãos pelo Socialismo. Comunicado do grupo Cristãos pelo Socialismo onde se defende uma sociedade sem classes, uma sociedade socialista, uma sociedade comunista. Boicotado comício do CDS.

Dia 23 de abril – Ocupada a herdade da Torre Bela.

Dia 24 de abril – Artigo de Virgílio Ferreira no Jornal Novo contra o PREC. Comunicação de Costa Gomes encerra campanha eleitoral.

Dia 25 de abril – Eleições.

Dia 27 de abril – Conferência de imprensa de Vasco Gonçalves onde declara que vamos ter uma economia de transição para o socialismo.

Dia 28 de abril – Congresso da Intersindical. Ocupada quinta em Viseu.

Dia 29 de abril – Publicados diplomas sobre o arrendamento rural e as medidas económicas de emergência, onde no anexo 3 se legaliza a reforma agrária. Apelos à batalha da produção.

Dia 30 de abril – Diploma sobre o regime do associativismo patronal. Por decisão do Conselho da Revolução é institucionalizada a Intersindical. Decreto-lei publicado como suplemento ao Diário do Governo.

Dia 1 de maio – Desunião no 1º de Maio. Nas manifestações unitárias do 1º de Maio, Mário Soares é impedido de aceder à tribuna do antigo estádio da FNAT em Lisboa. Discursos de Costa Gomes e de Vasco Gonçalves. Incidentes entre o PS e o PCP. Grupos de extrema-esquerda fazem comemoração independente. Surge o primeiro número de O Jornal, dirigido por Joaquim Letria.

Dia 3 de maio – Artigo de Eduardo Lourenço no Expresso, criticando os excessos do PREC.

Dia 4 de maio – Manifestação do PS em Portalegre contra a Intersindical.

Dia 5 de maio – Encontro entre Mário Soares e Álvaro Cunhal. Desacordo continua. Constituído o MDLP.

Dia 6 de maio – Festa-comício do PPD no Estádio 1º de Maio em Lisboa.

Dia 8 de maio – Conselheiros da Revolução e Vasco Gonçalves participam numa cerimónia comemorativa da derrota do nazismo, no Teatro S. Luís em Lisboa.

Dia 9 de maio – Saem os diplomas sobre a nacionalização das cimenteiras e da celulose.

Dia 11 de maio – Congresso dos Escritores. Discurso de Vasco Gonçalves no encerramento do 1º Congresso dos Escritores, promovido pela Associação Portuguesa de Escritores, então presidida pelo poeta José Gomes Ferreira, afecto aos comunistas.

Dia 12 de maio – Guerra civil em Angola. Começa a guerra civil em Angola, com confrontos entre o MPLA e a FNLA.

Dia 13 de maio – Sai diploma sobre a nacionalização das empresas tabaqueiras.

Dia 14 de maio – Morais e Silva é nomeado novo CEM da Força Aérea. Substitui Mendes Dias, implicado no 11 de Março.

Dia 15 de maio – Comuncado da V Divisão, definindo a Aliança Povo/MFA. Soldados do RALIS, militantes do MRPP, detêm irregularmente um fuzileiro e depois o alferes comando Marcelino da Mata.

Dia 17 de maio – Marcelino da Mata é torturado no RAL1. Na revolução ou contra a revolução. Vasco Gonçalves visita à Sorefame: só há duas posições, ou estamos na revolução ou estamos contra a revolução… Não há meio caminho. A Comissão Dinamizadora Central inicia em Bragança a Campanha Maio-Nordeste.

Dia 18 de maio – Manifestação do MRPP junto à embaixada norte-americana.

Dia 19 de maio – Assembleia do MFA no Alfeite. Analisados os resultados eleitorais. Decide-se pela criação de um tribunal revolucionário para o julgamento do 11 de março. Ministro Mário Murteira faz uma comunicação sobre a economia. Jornal República é fechado e passa a ser publicado pelos trabalhadores. Raúl Rego é afastado, sendo substituído por Belo Marques. Acusam o jornal de ser órgão oficioso do PS. Rosa Coutinho defende um MFA civil.

Dia 23 de maio – Criado o SDCI, Seviço Director e Coordenador da Informação.

Dia 25 de maio – Emídio Guerreiro novo secretário geral do PPD. Sá Carneiro vai para Torremolinos. Guerreiro vence as candidaturas de Magalhães Mota e Mota Pinto.

Dia 26 de maio – Assembleia extraordinária do MFA aprova o reforço da aliança Povo/MFA e apoia Vasco Gonçalves. Analisa-se o caso República. Faz-se uma oposição entre a via eleitoralista e a via revolucionária. Intervenções radicais de Varela Gomes, Dinis de Almeida e Pinheiro de Azevedo. Critica-se o PS por abandonar o Conselho de Ministros. Intervenção conciliatória de Costa Gomes. Violência anticomunista. Ataque a sede do MDP em Bragança. Manifestação da extrema-esquerda contra manobras da NATO. Grita-se não à ingerência do imperialismo.

Dia 27 de maio – Documento dos oficiais operacionais do COPCON. Atribuídos plenos poderes a Otelo Saraiva de Carvalho. Ocupação da emissora católica. Ocupação da Rádio Renascença pelos trabalhadores. Em vez de emissora católica passa a assumir-se como Rádio Renascença ao serviço dos trabalhadores. Os sacerdotes decidem afastar-se da estação.

Dia 28 de maio – Ofensiva contra o MRPP. COPCON define o MRPP como seita religiosa e desencadeia assalto a sedes deste partido. Cerca de 400 prisões em Pinheiro da Cruz e Caxias. Acusa-se o movimento de espancar um fuzileiro e o jornal Luta Popularde publicar artigo onde se acusam Jaime Neves e Salgueiro Maia de estarem a organizar um golpe. Vasco Gonçalves vai a Bruxelas a uma reunião da NATO. Declara não sermos o cavalo de Tróia. Nomeados novos comandantes militares do Centro (Franco Charais) e do Sul (Pezarat Correia). Manifestação de apoio ao MFA convocada pelo PCP com o apoio do MDP, da FSP e da Intersindical. Discurso de Costa Gomes.

Dia 29 de maio – Inicia a publicação o semanário Tempo, dirigido por Nuno Rocha e que vai ser uma das vozes contrárias ao PREC.

Dia 30 de maio – Criação do Serviço Cívico Estudantil. PS volta a participar no Conselho de Ministros.

Dia 31 de maio – Vasco Gonçalves regressa a Lisboa depois de reunião na NATO. Recebe-o uma manifestação no aeroporto da Portela.

Dia 1 de junho – Primeiro Congresso da JSD. Discurso final de Emídio Guerreiro. Sobre a mesa da presidência, cartazes com Marx e Engels. O hino aprovado para a organização é A Internacional. Fixação do salário mínimo nacional. Astronauta russa Valentina Terechkova em Grândola. Manifestação de apoio a Vasco Gonçalves, promovida pelo PCP, MDP e FSP, com o apoio do PPD. Apoio à s nacionalizações, ao reforço da reforma agrária e à defesa do pluralismo democrático.

Dia 2 de junho – Abertura da Assembleia Constituinte. Costa Gomes declara quer que a nossa revolução progrida para um socialismo pluripartidário, uma simbiose profunda entre as vias revolucionária e eleitoral. No dia 5, Henrique de Barros é eleito presidente.

Dia 3 de junho – Violência anticomunista. Atentados bombistas da direita em Lisboa. Manifestação do MRPP em Caxias. Primeiro caso de arrendamento rural compulsivo, ao abrigo da lei.

Dia 4 de junho – Costa Gomes visita França.

Dia 5 de junho – Publicado diploma sobre a nacionalização de empresas de transportes públicos (camionagem e Metropolitano de Lisboa). Cocktail Molotov é lançado no Mercado do Povo em Belém.

Dia 6 de junho – Conselho da Revolução autoriza o reaparecimento do jornal República. Manifestação da FLA em Ponta Delgada com a presença de membros do PPD e do CDS. Protesto contra os preços do leite e pedida a demissão do governador, Borges Coutinho, militante do MDP. Grita-se a FLA basta para o MFA.

Dia 7 de junho – Surgem os Comités de Defesa da Liberdade, impulsionados por Soares Carneiro, distribuindo comunicados junto de militares do Quadro Permanente contra o PREC.

Dia 8 de junho – Assembleia do MFA aprova o Documento-Guia do Projecto Aliança Povo/MFA.

Dia 9 de junho – Secretário-geral do PAIGC visita oficialmente Lisboa.

Dia 10 de junho – Falha proposta da Intersindical que queria transformar o 10 de Junho num dia de trabalho nacional.

Dia 11 de junho – Centro de trabalho do PCP em Fafe é alvejado com uma granada.

Dia 12 de junho – Criada a Rodoviária Nacional, concentrando todas as empresas de camionagem nacionalizadas. Sede do PS em Santarém é assaltada por esquerdistas. Oficiais da 5ª Divisão passam a dirigir a Emissora Nacional.

Dia 13 de junho – Costa Gomes visita a Roménia.

Dia 14 de junho – Comunicado do Episcopado apresenta reservas face ao processo revolucionário.

Dia 16 de junho – Violência anticomunista. Assalto a sede do MDP em A-ver-o-mar. Grémios da lavoura transformados em associações patronais.

Dia 18 de junho – UDP promove manifestação frente ao Patriarcado contra a administração da Rádio Renascença. PS, através de Sottomayor Cardia apoia as posições da Igreja. Contra-manifestação a favor do Patriarcado.

Dia 19 de junho – Surge o chamado Plano de Acção Política, considerado pelo PS como o segundo programa do MFA. Nesse documento, passa a considerar-se o MFA como movimento de libertação do povo português e fala-se na necessidade de uma descolonização interna. Redigido por Rosa Coutinho e aprovado pelo Conselho da Revolução, depois de uma séries de reuniões entre membros do governo e do MFA no Alfeite. Rebenta bomba junto da Igreja da Graça em Lisboa.

Dia 20 de junho – Major Rodrigues dos Santos em entrevista ao Diário de Notícias defende um projecto de Exército Popular.

Dia 21 de junho – PS promove manifestação em Belém em apoio do Plano de Acção Política.

Dia 22 de junho – PCP apoia o PAP.

Dia 24 de junho – Ramiro Correia toma posse como chefe da 5ª Divisão. PS realiza manifestação contra a ocupação da República.

Dia 25 de junho – Proclamada a independência de Moçambique. Vasco Gonçalves arreia a bandeira. Cerca e três centenas de trabalhadores da TAP sequestram a administração da empresa.

Dia 27 de junho – Jornal do Caso República divulga entrevista de Ávaro Cunhal a Oriana Falacci onde o chefe do PCP declara:  as eleições naão têm nada ou têm muito pouco a ver com a dinâmica revolucionária… Portugal nunca terá uma democracia burguesa. Criado um Tribunal Revolucionário.

Dia 28 de junho – Artigo de Natália Correia no Jornal Novo contra o PREC. Comício do PCP em Lisboa subordinado ao lema com o PCP para a unidad popular, rumo ao socialismo.

Dia 30 de junho – Fuga de 88 agentes da PIDE da cadeia de Alcoentre. Discurso de Soljenitsine em Washington. Reunião de Vítor Alves, Alpoim Calvão e o cónego Melo em casa de Valentim Loureiro. Cimeira de Macau entre a APODETI e a UDT sobre Timor. Não comparece a FRETILIN. Campanha de imprensa nos USA a favor da separação dos Açores. CDS admitido na União Europeia das Democracias Cristãs e na União Mundial das Democracias Cristãs.

Dia 1 de julho – Anuncia-se a formação de um movimento indpendentista na Madeira e a criação de um governo provisório nos Açores. Criada a ANOP a partir da ANI, por ação do ministro Correia Jesuíno.

Dia 2 de julho – Manifestação das comissões de trabalhadores da Cintura Industrial de Lisboa a favor da ocupação da RR.

Dia 3 de julho – CR decide passar as estações de rádio para o controlo do Estado e que a RR seja administrada por militares. Opsosição de Vasco Gonçalves que pretende manter a RR na Igreja. COPCON decide controlar as centrais tekefónicas.

Dia 4 de julho – Conselho de ministros restrito aprova várias medidas sobre a Reforma Agrária. Criada a ZIRA e emitido comunicado sobre a matéria. Criada Comissão de Apoio à s cooperativas junto do ministério do planeamento e coordenação económica. Episcopado denuncia fraquezas do poder político. Costa Gomes vai à RTP, ladeado por Vasco Gonçalves e Otelo Saraiva de Carvalho, negar qualquer cisão no MFA. Manifestação em Lisboa da extrema-esquerda. Contra a fuga de Alcoentre e a favor do poder popular.

Dia 5 de julho – Proclamada a independência de Cabo Verde. Vasco Gonçalves entrega o poder ao PAIGC. Distribuída no Porto uma carta aberta acusando o governo de ser comunista. MDLP lança propaganda em Lisboa, no elevador de Santa Justa. Instituídos os chamados Conselhos Regionais da Reforma Agrária.

Dia 6 de julho – Sessões da 5ª Divisão no distrito de Évora.

Dia 7 de julho – Primeira reunião do CRRA em Alcácer do Sal. Anota Virgílio Ferreira no seu Conta Corrente: tudo no PC me bole com o fígado: as massas em manada, a cultura de mão grossa, o gosto de empurrar para dar uma ajuda.

Dia 8 de julho – Emitidos dois diplomas, um sobre medidas de defesa dos recursos naturais, outro sobre proteção do solo e revestimento florestal. Publicado o projeto de constituição do PS. Assembleia do MFA aprova o chamado Documento-Guia do MFA. Contra o estabelecido no anterior PAP, defende-se a instauração do poder popular e fala-se na criação de uma Assembleia Popular Nacional. Defende-se uma Aliança Povo/MFA.

Dia 10 de julho – Reaparece o jornal República sem Raúl Rego. O novo diretor é o coronel Pereira de Carvalho. O PS retira os ministros do governo.

Primeira reunião do CRRA de Beja.

Emitido diploma sobre as bases da reforma do ensino superior.

Comunicado conjunto PS-PPD critica o documento Guia

Manifestação de apoio ao Documento-Guia, com discurso de Costa Gomes. Vaga de manifestações de apoio ao poder popular até ao dia 17
11
Descoberta bomba junto à Caixa Geral de Depósitos em Lisboa.
12
Independência de S. Tomé
Independência de S. Tomé e Príncipe. Rosa Coutinho entrega o poder ao MLSTP
12
Formado um Secretariado Nacional Provisório de Comissões de Trabalhadores

Conselho da Revolução considera que os ministros e secretário de Estado do PS que abandonaram o governo estão demitidos
13
Melos abandonam Portugal

Manifestação de apoio à ocupação da RR por trabalhadores

Diploma sobre a nacionalização da Carris

Violência anticomunista
Começa a escalada de assalto a sedes de partidos de esquerda, com a destruição das sedes PCP e da FSP em Rio Maior.
14
PPD apresenta a Costa Gomes condições para continuar no governo.

Violência anticomunista
Em Rio Maior é incendiada carrinha que transportava os jornais Diário de Lisboa e Diário Popular invocando-se o facto das notícias não serem corretas quanto aos acontecimentos do dia anterior
15
PS: o povo não está com o MFA
Manifestação do PS em Lisboa. Soares considera que o partido passou para a oposição e pede a demisssão de Vasco Gonçalves. Grita-se o povo não está com o MFA
15
MPLA controla Luanda.
16
PPD abandona governo
Membros do PPD abandonam o governo. Emitido um manifesto ao país.

Diploma estabelece em 4.000 escudos o salário mínimo.

Novo regime do contrato individual de trabalho

Manifestações de esquerda em Lisboa e no Porto. Grita-se governo provisório, não; governo popular, sim. Defende-se controlo operário, dissolução da Constituinte, já. Apoio da Polícia Militar e participação de Dinis de Almeida.

Triunvirato
Assembleia do MFA decide, por proposta de Marques Júnior, que até à superação da crise não mais haja reuniões cimeiras do CR e do MFA. Propõe-se que um triunvirato formado por Costa Gomes, Vasco Gonçalves e Otelo elabore um projeto político.
17
Manifestação esquerdista em Lisboa, participada por soldados do RALIS, defende a ditadura do proletariado

Violência anticomunista
Ataque a sede do PCP no Cadaval

Sanches Osório lança em Madrid o livro O Equívoco do 25 de abril
17
Europa receia Portugal
Governo francês decide vetar auxílio a Portugal, invocando o facto de estar a auxiliar uma coligação socialista-comunista. Conselho da CEE lança ultimato ao governo português: a CEE, tendo em conta a sua tradição política e histórica, só pode dar o seu apoio a uma democracia pluralista.
18
Comício no Estádio das Antas
Comício do PS no estádio das Antas no Porto reúne cerca de 50 000 pessoas.

Comício do MRPP em Lisboa, depois de terem sido libertados os seus militantes.

Violência anticomunista
Incendiada carrinha em Algueirão da Serra que transportava jornais de Lisboa.

Manifestações esquerdistas de apoio ao MFA em Beja e no Porto.

Violência anticomunista
Assalto a sedes de partidos esquerdistas em Porto de Mós, Monchique, Lourinhã e Matosinhos. Idêntica atitude em Aveiro onde houve grande manifestação e onde foi morto um soldado.

Violência de esquerda
Assaltada a tiro casa de militante do CDS em Serpa

Política externa
Melo Antunes em Itália

Cortar o passo à reação
Comunicado do PCP: é necessário cortar o passo à reação! É necessário levantar barragens para impedir qualquer marcha sobre Lisboa
19
Mnaifestação da Fonte Luminosa
Gigantesca manifestação do PS na Fonte Luminosa. Cerca de 100 000 pessoas. Há barragens de controlo popular à entrada de Lisboa, com tropas do COPCON.

Violência anticomunista
Assaltos a sedes esquerdistas em Ílhavo, Aveiro, Valença do Minho, Minde e Porto.

Começa a campanha da 5ª Divisão. Lançado o slogan Força, força, companheiro Vasco e um cartaz de João Abel Manta com o dístico MFA/POVO/VASCO
20
Incidentes na Batalha

Violência anticomunista
Assaltos a sedes de partidos de esquerda em Vale de Cambra, Fafe, Santiago da Cruz (Famalicão), Alcanena, Figueiró dos Vinhos, Mortágua, Vila Viçosa e Viseu, aqui com grande manifestação. Começa a estruturar-se o movimento Maria da Fonte. Assalto a sedes do PCP e do MDP em Ponta Delgada nos Açores.

COPCON emite comunicado onde ameaça usar armas contra a escalada da reação.
21
Otelo em Cuba de 21 a 30 de julho

Violência anticomunista
Assalto a sedes do PCP em Estarreja, Aveiro, Castelo Branco, Oliveira de Azemeis e Camanhã. Bomba destrói rádio-farol em Vilar Formoso. Destruída sede do MDP e sala da câmara em Matosinhos.

Vasco Gonçalves divulga texto sobre análise da situação política.
22
Vasco Gonçalves inicia diligÊncias para a formação de um V Governo Provisório. PS e PPD anunciam não aceitação de lugares nesse novo governo.

Violência anticomunista
Assaltos em Alcobaça à câmara municipal e a sede do PCP. Assalto a sede do PCP em Ansião.

Diploma impõe a realização de novas eleições em todas as cooperativas agrícolas e suas uniões.
23
Reunião da Infantaria em Mafra. Lidera a reunião Vasco Lourença, sendo criticados Vasco Gonçalves, Otelo e a 5ª Divisão. Melo Egídio é então o diretor da Escola Prática de Infantaria.

Violência anticomunista
Assaltos a sedes de partidos de esquerda em Braga, Valença e Oliveira de Azemeis.
24
Vários oficiais moderados têm reunião em casa de Gomes Mota.

Boletim do MFA propõe a construção de um Estado Socialista

Violência anticomunista
Assaltos a sedes de partidos de esquerda em Lisboa (Alfama), Sever do Vouga e Fafe.

FNLA ocupa o Caxito

Assembleia de delegados do Exército reúne em Lisboa no Centro de Sociologia Militar. Preside Carlos Fabião. Vasco Lourenço apresenta as conclusões da reunião de Mafra.
25
Assembleia do MFA
Assembleia do MFA convocada pelos gonçalvistas. Apoio à criação de um diretório, a chamada troika, com Costa Gomes, vasco Gonçalves e Otelo. A reunião decorre sob o lema um ritmo para a revolução; um caminho para a independência nacional e um curso para continuar a descolonização. Costa Gomes reconhece que o povo já não está com o MFA, que a revolução tem de ser realista e não hostilizar o Ocidente. Otelo está em Cuba. Melo Antunes, Vítor Alves e Vítor Crespo não estão presentes.

PS e PPD consideram que o diretório proposto viola o Pcto MFA/Partidos.

Lei especial sobre a incriminação de agentes da PIDE/DGS

Começa o Congresso dos Sindicatos Portugueses promovido pela Intersindical, na Fundação Calouste Gulbenkian em Lisboa.

José Diogo que matou um patrão é libertado por um Tribunal Popular reunido em Tomar

Violência anticomunista
Assaltos a sedes do PCP em Tomar, Trofa e Esmoriz
26
Artigo de Rogério de Freitas contra o PREC publicado no Jornal Novo
26
Violência anticomunista
Assaltos a sedes do PCP em Águeda
27
Termina Congresso da Inter com discurso de Vasco Gonçalves onde se defende a vanguarda MFA/Sindicatos

Alunos da Academia Militar, com o diretor Pinto Soares fazem campanha de dinamização no distrito de Beja

Violência anticomunista
Assalto a sede do PCP em Gandara dos Olivais, Leiria

Manifestação em Bragança de apoio ao Episcopado.
28
Violência anticomunista
Assalto a sede do Sindicato dos Metalúrgicos em Águeda

Dia 1 de janeiro – Manifestações em Custoias, onde se encontram presos alguns dos implicados no 25 de novembro. Intervenção da polícia. Quatro mortos e sete feridos.

Dia 2 de janeiro – Violência anticomunista. Assalto a centro de trabalho do PCP no Montijo. Começa a vaga de ataques da rede bombista de direita. Violência anticomunista. Metralhada a livraria Vitor em Braga. George McGovern visita Portugal. António Bica demite-se da secretaria de Estado da estruturação agrária. Rui Machete passa a Ministro dos Assuntos Sociais, donde sai o dissidente Jorge Sá Borges.

Dia 3 de janeiro – Manifestações e contra-manifestações de agricultores em Alcácer do sal. Incidentes.

Dia 4 de janeiro – Acordo entre PS, PPD e PCP sobre a restrição da reforma agrária à chamada zona de intervenção.

Dia 5 de janeiro – Criado o PCP(R) pela fusão da OCMLP e da ORPC (ml).

Dia 6 de janeiro – Walter Rosa é exonerado do cargo de ministro dos Transportes e Comunicações, passando para Ministro da Indústria e Tecnologia, donde saíra Marques do Carmo. José Augusto Fernandes é o novo ministro dos transportes e comunicações.

Dia 7 de janeiro – Violência anticomunista. Bomba na cooperativa Árvores do Porto. Petardo no domicílio de militante do MDP na Póvoa do Varzim.

Dia 8 de janeiro – Violência anticomunista. Petardo contra militante do PCP em Fafe. Bomba em carro de funcionário do IRA em Coruche. Bomba em Amarante contra autarca. Rajadas de metralhadora em Braga contra carro de turistas espanhóis.

Dia 9 de janeiro – Começa a publicar-se o semanário O País, dirigido por José Vacondeus, onde vai colaborar José Miguel Júdice. Diploma cria o Instituto Universitário dos Açores.

Dia 10 de janeiro – Começa a publicar-se o quotidiano O Diário, afeto ao PCP, e dirigido por Miguel Urbano Rodrigues. Apoio em papel da RDA.

Dia 11 de janeiro – Plenário da CAP em Braga, dirigido por Amadeu Sá Meneses. Reúne cerca de dez mil pessoas.

Dia 13 de janeiro – Melo Antunes desloca-se à Hungria e à Checoslováquia. Freitas do Amaral anuncia que o CDS passará a assumir formal oposição do governo. Reabertura da Bolsa de Valores de Lisboa. Violência anticomunista. Rebentam uma série de bombas contra militantes ou instalações ligadas aos comunistas em Rio Tinto, Porto e Monchique. Agredido militante do PS em Fátima.

Dia 14 de janeiro – Violência anticomunista. Bombas em tabacaria e pastelaria no Porto.

Dia 16 de janeiro – Violência anticomunista. Bombas em Montemor-o-Novo (contra PCP), Vila do Conde (sessão do MDP) e Évora (sede do PS). Petardos contra navio soviético em Leixões. Incidentes em Esposende (bomba contra autarca). Petardos contra casas de militantes de esquerda em Fafe.

Dia 17 de janeiro – Comício em Lisboa promovido pelo PCP e MDP, com apoio do MES, LCI, FSP e PRP contra o aumento do custo de vida e o congelamento dos salários. Violência anticomunista. Bomba contra militante do MDP em Santo Tirso. Outras bombas em Viseu, Viana do Castelo e Olhalvo.

Dia 19 de janeiro – Violência anticomunista. Petardo contra casa de militante do PCP em Bragança.

Dia 20 de janeiro – Publicado relatório do 25 de novembro. Violência anticomunista. Bomba contra sede do MES em Faro.

Dia 21 de janeiro – Confrontos no Rossio entre a polícia e populares por causa da greve do comércio retalhista. Violência anticomunista. Bombas em Mértola, Santo Tirso, Porto, Arruda dos Vinhos, Seia, Gouveia, Braga, Lisboa, S. Martinho do Porto e Braga. Vítor Louro de Sá, do PCP, nomeado secretário do estado da estruturação agrária.

Dia 24 de janeiro – Max van der Stoel, ministro holandês dos estrangeiros, visita Lisboa. Confirmado empréstimo da CEE a Portugal.

Dia 25 de janeiro – Prisão de Otelo Saraiva de Carvalho. Em 12 de janeiro foi-lhe instaurado um inquérito na sequência do Relatório do 25 de novembro.

Dia 26 de janeiro – Michel Rocard em Lisboa.

Dia 28 de janeiro – Violência anticomunista. Comunicado do PCP sobre aquilo que designa por estaística do terror: mais de trezentos atentados desde maio de 1975. 47 no mês de janeiro.

Dia 29 de janeiro – Violência anticomunista. Incêndio destrói sedes do MES, UDP, FSP e FEC na Covilhã. Seis atentados em Braga. Libertação de governantes do antigo regime: Silva Cunha, Kaúlza de Arriaga, César Moreira Baptista e Santos Júnior, entre outros.

Dia 30 de janeiro – Dirigentes da CAP são recebidos em S. Bento. Violência anticomunista
Comandos CODECO assalta instalações da Standard Elétrica em Cascais.

Dia 1 de fevereiro – Vaga de plenários da CAP. Plenários da CAP em Castelo Branco, Bombarral, Loulé, Viseu e Vila Nova de Famalicão. Exigida a demissão de Lopes Cardoso. Incidentes junto à prisão de Custoias. 3 mortos e vários feridos.

Dia 2 de fevereiro – Greve contra o terrorismo bombista na zona Sul do país. Incidentes em Ponta Delgada, durante comício do PS com Mário Soares. Rebentamento de bomba e contra-manifestação dos separatistas.

Dia 3 de fevereiro – Hans Dietrich Genscher, ministro dos estrangeiros da RFA em Lisboa. Violência anticomunista. Assalto a sede do PCP em Mirandela. O últimos dos centros comunistas ainda em funcionamento em Trás-os-Montes. Comício de apoio a Otelo em Lisboa.

Dia 4 de fevereiro – Devolução da Têxtil Manuel Gonçalves aos proprietários.

Dia 7 de fevereiro – Estabelecido o direito de licença por 90 dias no período de maternidade a todas as trabalhadoras. Violência anticomunista. Bombas em Penalva do Castelo e Mangualde.

Dia 8 de fevereiro – Criado o Movimento Social Democrata. Boicotado pela extrema-esquerda comício do CDS em Lisboa, no Campo Pequeno.

Dia 10 de fevereiro – Novos membros do governo. Veiga de Oliveira do PCP nas obras públicas. Eduardo Pereira do PS na Habitação e Urbanismo. Sai o primeiro número do semanário O Diabo, dirigido por Vera Lagoa. Será imediatamente suspenso em 18 de fevereiro pelo Conselho da Revolução. Galvão de Melo anuncia candidatura a presidente da república.

Dia 11 de fevereiro – Melo Antunes encontra com José Maria de Areilza, ministro dos estrangeiros espanhol, na Guarda.

Dia 12 de fevereiro – Ocupada a secretaria de Estado dos retornados, gerida por Amândio de Azevedo do PPD.

Dia 13 de fevereiro – Presidente do comité militar da NATO visita Portugal. Violência anticomunista. Assalto a centro de trabalho do PCP em Mirandela.

Dia 14 de fevereiro – Eleita comissão de redação da Carta Aberta em reunião de sindicatos que pretendem libertar-se da Intersindical. Base da futura UGT.

Dia 15 de fevereiro – Termina Congresso do MES. Termina Congresso da AOC. Decide apoiar nas eleições o PPD e condena a intervenção soviética em Angola. Violência anticomunista. Assalto a centro de trabalho do PCP em Tortosendo.

Dia 19 de fevereiro – Boicotada visita de Pinheiro de Azevedo à Madeira, pelo PPD com apoio da FLAMA que faz explodir uma bomba.

Dia 20 de fevereiro – Manifestação em Lisboa pela libertação dos antifascistas presos.

Dia 21 de fevereiro – Incidentes em comício do PS em Campo maior.

Dia 22 de fevereiro – Incidentes em comício do PS em Benavila. Reconhecimento da República Popular de Angola.

Dia 23 de fevereiro – Libertado Dinis de Almeida que se encontrava detido em Santarém.

Dia 25 de fevereiro – Plenário da CAP em Mirandela.

Dia 24 de fevereiro – Sá Carneiro declara-se disposto a apoiar candidatura de Ramalho Eanes à presidência. Outras alternativas apresentadas são as de Pires Veloso e Silva Cardoso.

Dia 25 de fevereiro – Ramalho Eanes oferece jantar a Alexander Haig e proclama que Portugal regressa à Europa. Aprovada a criação do Instituto Nacional de Investigação Científica.

Dia 26 de fevereiro – Assinatura do II Pacto MFA/Partidos. Ministro dos estrangeiros francÊs, Jean de Sauvagnargues visita Lisboa. Publicada a escritura com os estatutos da CAP. Comício do PS em Rio Maior. Marcadas as eleições para 25 de abril.

Dia 27 de fevereiro – Secretário-geral da ONU em Lisboa.

Dia 3 de março – Libertado Otelo Saraiva de Carvalho.

Dia 4 de março – Debate na RTP sobre a Reforma Agrária com Lopes Cardoso, Magalhães Mota, José Manuel Casqueiro e Amadeu Sá Meneses. Comício do PCP em Lisboa, comemorando o 55º aniversário.

Dia 6 de março – José Bento Gonçalves nomeado subsecretário de Estado do fomento cooperativo.

Dia 7 de março – Legalizado o GIS, Grupo de Intervenção Socialista, constituído por ex-militantes do MES, liderados por Jorge Sampaio.

Dia 8 de março – Violência de esquerda. Explosão de bomba no jornal O Sol de Vera Lagoa.

Dia 11 de março – Abranches Ferrão en entrevista ao Tempo diz que o 11 de março foi só um contragolpe.

Dia 12 de março – Violência anticomunista. Dois elementos do PCP são espancados em Braga.

Dia 14 de março – PS é impedido de realizar sessões de esclarecimento em Cuba.

Dia 15 de março – Violência anticomunista. Granadas contra sede do PCP em Espinho.

Dia 16 de março – Elementos do CDS são atacados em Évora.

Dia 22 de março – Mário Soares em Marselha critica o leninismo do PCP.

Dia 26 de março – Diploma institui a CIMPOR, EP.

Dia 27 de março – Violência anticomunista. Ataque a sede do PCP em Castelo Branco.

Dia 2 de abril – Promulgada a Constituição.

Dia 3 de abril – Violência anticomunista. Morte do Padre Max da UDP na zona de Vila Real, por atentado bombista.

Dia 5 de abril – Início da campanha eleitoral. Diplomas alteram lei da reforma agrária. Criada a ZIRA.

Dia 8 de abril – Sai o primeiro número de A Rua, dirigido por Manuel Maria Múrias. Inclui entrevista de Diogo Freitas do Amaral que considera Salazar como um socialista.

Dia 9 de abril – Diário do Governo passa a designar-se Diário da República.

Dia 10 de abril – Incidentes com comício do PPD em Beja.

Dia 13 de abril – Artigos de Vitorino Magalhães Godinho em A Luta, e 13 a 15, contra o reino cadaneroso da estupidez e da loucura.

Dia 25 de abril – Eleições.

Dia 26 de abril – Instituída a Petrogal.

Dia 28 de abril – PPD declara apoiar a candidatura de Eanes.

Dia 29 de abril – Spínola, no Rio de Janeiro, suspende a atividade do MDLP

Dia 27 de junho – Eanes eleito Presidente da República.

Dia 23 de julho – Posse do I Governo Constitucional em Portugal, sob a presidência de Mário Soares.

Dias 30 e 31 de outubro – IV Congresso do PPD em Leiria.

Dia 12 de dezembro – Eleições autárquicas.

Fevereiro; março – Mário Soares  desloca-se à s capitais dos Nove e à sede das instituições comunitárias.

Dia 1 de março – Governo fixa preço de um pacote de bens essenciais, o cabaz de compras.

Dia 4 de março – Sai o I Vol da biografia de Salazar de Franco Nogueira.

Dia 25 de março – Remodelação do governo; Mota Pinto no Ministério do Comércio,  e Nobre da Costa, na Indústria.

Dia 18 de março – Portugal, através do Embaixador Siqueira Freire, formaliza pedido de adesão à s Comunidades Europeias.

Março – Mário Soares apresenta à Assembleia da República uma comunicação sobre o pedido de adesão à CEE, sendo aprovado um voto de congratulação subscrito pelo PS, PSD e CDS.

Dia 5 de abril – Conselho europeu aceita o pedido de adesão de Portugal e encarrega a Comissão de preparar o parecer sobre o mesmo; declaração comum da Assembleia, do Conselho e da Comissão proclama que o respeito dos direitos fundamentais consagrados designadamente nas Constituições dos Estados Membros, assim como na Convenção Europeia sobre a defesa dos Direitos do Homem e das liberdades fundamentais.

Dia 8 de junho – Conselho de Ministros, em nome da austeridade, não autoriza a introdução da televisão a cores em Portugal.

Dia 10 de agosto – Aprovada a Lei de Bases Gerais da Reforma Agrária de António Barreto.

Dia 10 de outubro – Começam as negociações com o FMI.

Dia 11 de outubro – Anuncia-se a saída de Medeiros Ferreira do governo.

Dia 17 de outubro – Tito visita Lisboa.

Dia 7 de novembro – Sá Carneiro demite-se de Presidente do PSD; propusera a eleição de um novo Presidente da República.

Dia 7 de dezembro – Cai I Governo de Mário Soares, pela não aprovação de uma moção de confiança, contra a qual se coligaram o PPD, o PCP e o CDS.

Dia 28 de janeiro – V Congresso do PSD. Sousa Franco na liderança.

Dia 30 de janeiro – II Governo de Mário Soares; coligação PS-CDS.

Dia 30 de março – Rocha Vieira exonerado de CEME.

Dia 6 abril – Voto de protesto na Assembleia da República contra os ataques ao General Eanes, apoiado pelo PS, CDS e PCP.

Dia 20 de abril – Comunicação da comissão ao Conselho sobre o alargamento para o sul e a união europeia.

Dia 11 de maio – Eanes autoriza Américo Tomás a regressar a Portugal.

Dia 29 de maio – Parecer da Comissão sobre o pedido de adesão de Portugal.

Dia 6 de junho – Conselho decide abrir negociações com Portugal.

Dia 24 de junho – Eanes encontra-se em Bissau com Agostinho Neto.

Dia 1 de julho – VI Congresso do PSD; regresso de Sá Carneiro à liderança.

Dias 5-7 de julho – Conselho Europeu de Bremen; acordo dos Nove para a criação da unidade de conta europeia, o ECU; aprovadas as linhas gerais  do novo Sistema Monetário Europeu; parecer favorável ao pedido de adesão de Portugal.

Dia 18 de julho – CDS força à exoneração do II Governo de Mário Soares, invocando divergências sobre a política de reforma agrária.

Dia 19 de agosto – Toma posse o primeiro governo presidencial, de Nobre da Costa.

Dia 6 de setembro – Medeiros Ferreira e António Barreto, depois de Medina Carreira, demitem-se do PS.

Dia 14 de setembro – Aprovadas moções de rejeição ao programa de governo.

Dia 17 de outubro – Abertura oficial das negociações entre Portugal e a CEE tendo em vista a adesão.

Dia 13 de novembro – Visita oficial de Ramalho Eanes ao Parlamento Europeu, a primeira de um Chefe de Estado, não membro da CEE.

Dia 22 de novembro – Toma posse o II Governo Presidencial, dirigido por Mota Pinto.

Dia 1 de dezembro – Primeira reunião de negociações entre Portugal e a CEE, a nível de suplentes.

 Dia 5 de julho – Fundada a Aliança Democrática (AD) em Portugal, entre o PSD, o CDS e o PPM.

Dia 13 de julho – Eanes dissolve a Assembleia da República.

Dia 2 de agosto – Toma posse o III Governo Presidencial em Portugal, dirigido por Maria de Lurdes Pintasilgo.

Dia 21 de agosto – Assassinato de Ferreira Torres.

Dia 27 de setembro – Dois trabalhadores agrícolas mortos durante entrega de reserva no Alentejo.

Campanha eleitoral em Portugal, marcada pela dinâmica da Aliança Democrática.

Dia 2 de dezembro – Sá Carneiro e AD ganham as eleições para a Assembleia da República, com 42.2%; PS, 27,4%; APU, 19%; UDP, 2,2%.

Dia 1 de janeiro – Grande sismo nos Açores; 46 mortes.

Dia 3 de janeiro – Toma posse o primeiro governo da AD em Portugal, sob a presidência de Sá Carneiro.

Dia 7 de março – RTP inicia a transmissão a cores.

Dia 20 de abril – Anunciada a formação das FP25, as Forças Populares 25 de abril.

Dia 25 de abril – Soares Carneiro aceita a candidatura presidencial da AD.

Dia 10 de junho – Surge a Frente Republicana e Socialista, coligação do PS, UEDS e ASDI.

Dia 4 de setembro – Eanes anuncia candidatura; será apoiado por socialistas e comunistas.

Dia 5 de outubro – Eleições legislativas em Portugal: AD 47,1%; FRS, 28%;  APU, 16,9%; UDP, 1,4%.

Dia 18 de outubro – Soares decite auto-suspensão de funções no PS, por discordar do apoio a Eanes.

Dia 26 de outubro – Morte de Marcello Caetano no Rio de Janeiro.

Dia 4 de dezembro – Morte de Sá Carneiro e Amaro da Costa em Camarate.

Dia 7 de dezembro – Ramalho Eanes vence Soares Carneiro nas eleições presidenciais portuguesas.

Dia 9 de dezembro – Demite-se o governo; Freitas do Amaral declara-se indisponível para integrar novo governo.

Dia 13 de dezembro – Pinto Balsemão eleito Presidente do PSD.

Dia 9 de janeiro – Toma posse o segundo governo da AD, sob a presidência de Pinto Balsemão.

Dia 9 de abril – Relatório governamental sobre Camarate fala em acidente e negligência dos pilotos.

Dia 10 de maio – IV Congresso do PS, com reeleição de Mário Soares.

Dia 11 de junho – Assembleia distrital de Lisboa do PSD presidida por Cavaco Silva critica a liderança de Pinto Balsemão.

Dia 18 de junho – Mota Pinto reinscreve-se no PSD.

Dia 24 de agosto – Julgamento da rede bombista.

Dia 4 de setembro – Toma posse o terceiro governo da AD, o segundo presidido por Pinto Balsemão, com a participação de Freitas do Amaral, como Vice-Primeiro Ministro e Ministro da Defesa; Gonçalves Pereira nos estrangeiros.

Dia 27 de setembro – Bomba das FP25 em Felgueiras.

Dia 5 a 6 de dezembro – IX Congresso do PSD no Porto, com reeleição de Pinto Balsemão.

Dia 12 de fevereiro – Greve geral promovida pela CGTP contra o pacote laboral.

Dia 1 de maio – Incidentes no Porto, choque entre manifestantes da Intersindical  e da UGT; dois mortos.

Dia 2 de junho – Demite-se o Ministro da Educação, Vítor Crespo.

Dia 8 de setembro – Surge o partido Os Verdes.

Dia 30 de setembro – Publicada Lei de Revisão Constitucional em Portugal.

Dia 2 de dezembro – Eleições autárquicas.

Dia 15 de dezembro – Publicada a Lei de Defesa Nacional em Portugal.

Dia 19 de dezembro – Balsemão demite-se de Primeiro-Ministro.

Dia 29 de dezembro – Freitas do Amaral demite-se da presidência do CDS.

Dia 18 de janeiro – Dissolvida a Assembleia da República em Portugal.

Dia 10 de fevereiro – Grupo dos 44 do PSD, participado, entre outros, por Menères Pimentel, Álvaro Barreto, Francisco Sousa Tavares e Moura Guedes, considera que o PSD deve apresentar-se sozinho nas eleições.

Dia 20 de fevereiro – Congresso do CDS; Lucas Pires novo Presidente.

Dia 25-27 de fevereiro – Congresso do PSD em Montechoro; Mota Pinto substitui Pinto Balsemão.

Dia 8 de março – Mário Soares em conferência de imprensa considera que o PS não é bombeiro dos fogos que os outros atearam.

Dia 14 de março – Celebra-se o centenário da morte de Karl Marx.

Dia 28 de março – PS lança 100 medidas para os primeiros cem dias. Lucas Pires considera que a social-democracia é o socialismo no género feminino.

Dia 29 de março – Mota Pinto considera que o PSD está orgulhoso de todos lhe piscarem o olho.

Dia 31 de março – Lista afecta aos comunistas é derotada na eleição para o Sindicato dos Jornalistas.

Dia 25 de abril – Eleições legislativas em Portugal: PS, 36,1%; PSD, 27,2%; APU, 18,1%; CDS, 12,6%.

Dia 7 de maio – Inaugurada em Lisboa a XVII Exposição Europeia de Arte, Ciência e Cultura sobre Os Descobrimentos Portugueses e a Europa do Renascimento.

Dia 4 de junho – Assinado acordo entre o PS e o PSD.

Dia 9 de junho – Governo do Bloco Central em Portugal, sob a presidência de Mário Soares e a vice-presidência de Mota Pinto; Veiga Simão, Ministro da Indústria.

Dia 24 de junho – Ernâni Lopes, Ministro das Finanças, anuncia corte dos subsídios aos bens essenciaais, começando a chamada política de austeridade.

Dia 2 de julho – Aumento do preço dos combustíveis.

Dia 3 de julho – Revogado o tecto salarial.

Dia 5 de julho – Freitas do Amaral conclui provas de aregação na Faculdade de Direito de Lisboa.

Dia 28 de julho – Comando arménio ataca embaixada turca em Lisboa. Cavaco Silva pede a demissão de presidente do Conselho Nacional do Plano.

Dia 5 de agosto – Instituída Alta Autoridade para o combate à corrupção.

Dia 10 de agosto – Assinada carta de intenções do governo face ao FMI. Morte de Pinheiro de Azevedo.

Dia 8 de setembro – Soares declara que está afastado o espectro da fome e do racionamento.

Dia 12 de setembro – Lucas Pires considera que os dois maiores partidos são as duas maiores empresas distribuidoras de lugares públicos.

Dia 20 de setembro – Conferência de imprensa do CDS sobre os tristes cem dias do Governo PS/PSD.

Dia 22 de setembro – Eanes nos USA considera em entrevista à Newsweek que os comunistas em Portugal são uma ameaça controlada.

Dia 24 de setembro – Pacote fiscal proposto pelo governo é aprovado. CIP fala em rapina fiscal.

Dia 2 de outubro – Congresso do PS.

Dia 5 de outubro – RTP transmite saudação do Grão Mestre da Maçonaria, Adão e Silva.

Dia 7 de outubro – Samora Machel visita Portugal. Lançado o Movimento Nova Monarquia em conferência de imprensa.

Dia 14 de outubro – Adriano Moreira eleito presidente do Conselho Científico do ISCSP.

Dia 17 de outubro – Soares regressa de visita a Atenas e declara que não podemos ficar indefinidamente à espera da CEE.

Dia 20 de outubro – João Gomes novo provedor da Misericórdia de Lisboa.

Dia 24 de outubro – Confederação do Comércio considera que o governo está a matar a iniciativa privada.

Dia 16 de outubro – Lucas Pires fala em estado de sítio fiscal.

Dia 31 de outubro – Torres Couto da UGT considera que o ogoverno pode ser o coveiro da democracia.

Dia 10 de novembro – Álvaro Cunhal faz 70 anos e recebe saudação especial da URSS.

Dia 19 de novembro – Revisão da lei da delimitação dos sectores, permite abertura da área nacionalizada à iniciativa privada.

Dia 2 de dezembro – Demitido o ministro da qualidade de vida, Francisco Sousa Tavares. O navio Tollan depois de várias tenTativas é virado e afastado do Terreiro do Paço.

Dia 13 de dezembro – Criação da Fundação Luso-Americana.

Dia 16 de dezembro – Salazar Braga novo CEME.

Dia 18 de dezembro – Gorbatchev participa no Porto no X Congresso do PCP.

Dia 26 de janeiro – Mário Soares em Genebra declara que se os europeus não nos quiserem ajudar, teremos que nos virar para os Estados Unidos.

Dia 27 de janeiro – Questão da despenalização do aborto votada na Assembleia da República, com oposição dos católicos.

Dia 1 de março – Relatório oficial reconhece a existência de cerca de 100 000 trabalhadores com salários em atraso.

Dia 25 de março – Mota Pinto vence Congresso do PSD de Braga.

Dia 17 de abril – Assembleia da República vota a instituição do SIS.

Dia 25 de abril – Décimo aniversário do 25 de Abril  de 1974.

Dia 30 de abril – Bomba das FP25A matam octogenária e bébé em Évora.

Dia 9 de maio – Discurso de Eanes no Conselho da Europa.

Dia 10 de maio – Morte do ciclista Joaquim Agostinho.

Dia 29 de maio – Atentado das FP25 contra ex-gestor da Gelmar.

Junho – Escandâlo D. Branca. Reúne o Grupo de Ofir. Anuncia-se a formação de um partido eanista.

Dia 12 de junho – Francisco de Sousa Tavares empossado como Ministro da Qualidade de Vida.

Dia 19 de junho – Operação policial contra as FP25.

Dia 20 de junho – Prisão de Otelo Saraiva de Carvalho.

Dia 31 de janeiro – Resolução do Conselho de Ministros nº 10/85 aprova o conceito estratégico nacional.

Fevereiro – Escandâlo DOPA leva à demissão do ministro Sousa Tavares.

Dia 5 de fevereiro – Mota Pinto demite-se do Governo e de Presidente do PSD.

Dia 23 de fevereiro – Surge o PRD.

Dia 15 de março – Descongeladas as rendas de casa.

Dia 22 de março – Inaugurado o BPI, o primeiro banco privado português depois de 1974.

Dia 26 de abril – Diogo Freitas do Amaral anuncia candidatura à presidência.

Maio – Ramalho Eanes visita a República Popular da China; acordo de princípio sobre Macau.

Dia 7 de maio – Morte de Mota Pinto.

Dia 8 de maio – Ronald Reagan visita Portugal.

Dia 19 de maio – XII Congresso do PSD na Figueira da Foz; sobe ao poder Cavaco Silva.

Dia 20 de maio – Maria de Lurdes Pintasilgo anuncia candidatura à presidência.

Dia 4 de junho – PSD rompe Bloco Central.

Dia 12 de junho – Portugal e Espanha assinam tratado de adesão à CEE.

Dia 17 de junho – Eanes convoca eleições antecipadas.

Dia 6 de outubro – Eleições legislativas em Portugal: PSD,29,8%; PS, 20,8%; PRD, 18%; APU, 15,6%;CDS, 9,7%. Eleições realizadas sob o governo do Bloco Central, com vitória do PSD, com 29,8%. O partido era então liderado por Aníbal Cavaco Silva que vencera o XII Congresso realizado na Figueira da Foz, depois de Mota Pinto se ter demitido do governo e da presidência do partido em 5 de fevereiro. O Partido Socialista, que então apresentou Almeida Santos como candidato a primeiro ministro obteve apenas 20,8 %. Em terceiro lugar fica o novo Partido Renovador Democrático, eanista, com 18%. Os comunistas obtêm 15,6% e o CDS, de Francisco Lucas Pires, apenas 9,7%. A emergência do novo partido de apoio ao presidente Ramalho Eanes alterou completamente as alternativas, ao mesmo tempo que as candidaturas à presidência da república influenciavam o processo. Por um lado, Cavaco Silva assumira o poder no PSD, em nome do apoio à candidatura de Diogo Freitas do Amaral, antigo presidente do CDS, prejudicando claramente a alternativa de Lucas Pires. As eleições antecipadas antecipadas foram marcadas em 27 de junho de 1985, estando marcadas eleições autárquicas para 15 de dezembro de 1985 e a primeira volta das presidenciais para 26 de janeiro de 1986.

Dia 12 de outubro – Lucas Pires demite-se da presidência do CDS.

Dia 6 de novembro – Toma posse o X Governo Constitucional;  maioria relativa do PSD, sob a presidência de Cavaco Silva.

Dia 10 de novembro – Adriano Moreira passa a liderar o CDS.

Dia 15 de dezembro – Eleições autárquicas.

Janeiro – URSS apresenta aos USA plano para a eliminação de todas as armas nucleares.

Dia 1 de janeiro – Portugal e Espanha entram nas Comunidades Europeias.

Dia 26 de janeiro – Primeira volta das eleições presidenciais em Portugal.

Dia 15 de fevereiro – FP25 assassinam o Diretor-Geral dos Serviços Prisionais.

Dia 16 de fevereiro – Segunda volta das eleições presidenciais em Portugal; Mário Soares vence Freitas do Amaral.

Dia 17 de fevereiro no Luxemburgo; dia 28 de fevereiro em Haia – Assinatura do Ato Único Europeu que entrará em vigor em 1 de julho de 1987.

Dia 24 de fevereiro – Corazon Aquino proclamada Presidente das Filipinas.

Dia 28 de fevereiro – Assassinato de Olof Palme.

Fevereiro; março – XXVII Congresso do PCUS; adotada a perestroika.

Dia 12 de março – Referendo sobre a NATO em Espanha; vitória do sim por 53 %.

Dia 16 de março – Eleições legislativas em França; vitória da direita : RPR 161; UDF, 132; PS, 216; PCF, 34; FN, 34.

Dia 21 de março – Governo de Chirac.

Dia 26 de abril – Desastre de Chernobyl.

Dia 29 de junho – Vítor Constâncio, novo Secretário Geral do PS.

Dia 1 de julho – Começam as negociações entre Portugal e a China sobre Macau.

Setembro – VIII Conferência dos Não Alinhados em Harare, com 99 países.

Dia 3 de outubro – Começa o julgamento das FP25.

Dia 11 de outubro – Cimeira de Reikejavique entre Reagan e Gorbatchev; previsto o desarmamento atómico integral da Europa, de maneira que esta passa a ficar à mercê das forças convencionais e dos mísseis intercontinentais soviéticos.

Dia 14 de outubro – Ramalho Eanes, presidente do PRD.

Dia 19 de outubro – Morte de Samora Machel.

Dia 27 de outubro – Encontro de Assis.

Dia 3 de abril – Assembleia da República aprova moção de censura do PRD ao governo de Cavaco Silva.

Dia 13 de abril – Assinado Acordo entre a República Popular da China e Portugal sobre Macau.

Dia 28 de abril – Mário Soares dissolve a Assembleia da República.

Dia 1 de julho – Entra em vigor o Acto Único.

Dia 20 de maio – Julgamento das FP25; Otelo condenado a 15 anos de prisão.

Dia 27 de maio – Futebol Clube do Porto, campeão europeu em Viena.

Dia 19 de julho – Eleições legislativas em Portugal: PSD, 50,2%; PS, 22,3%; CDU, 12,2%; PRD, 4,9%; CDS,4,3%; primeiras eleições em Portugal para o Parlamento Europeu.

Dia 17 de agosto – XI Governo Constitucional em Portugal; o primeiro de maioria absoluta de Cavaco Silva.

Liberdade total de capitais na CE

dia 16 de janeiro – Vital Moreira critica a direcção do PCP.

Dia 31 de janeiro – Congresso do CDS na Póvoa do Varzim; regresso de Diogo Freitas do Amaral à presidência.

Dias 11 e 12 de fevereiro – Conselho Europeu de Bruxelas adopta o pacote Delors, permitindo a duplicação dos fundos estruturais. O plafond dos recursos próprios passa para 1,4% do PNB comunitário.

Dia 21 de fevereiro – Congresso do PS; reeleição de Vitor Constâncio.

Junho – Conselho Europeu de Hannover ;  mandatado um comité de governadores de banco e de peritos monetário, presidido por Jacques Delors para apresentar um relatório sobre a união económica e monetária.

Dia 6 de maio – Zita Seabra afastada da comissão política do PCP.

Dia 20 de maio – Iniciada a publicação de O Independente.

Dia 29 de maio – Convenção do PRD; demissão de Eanes e eleição de Hermínio Martinho para a presidência.

Dia 25 de agosto – Incêndio no Chiado.

Dia 7 de setembro – Privatização de A Capital ; compra por Pinto Balsemão.

Dia 14 de novembro – Portugal e a Espanha são admitidos na UEO.

Dia 9 de outubro – Eleições regionais; PSD mantém a maioria absoluta.

Dia 14 de outubro – Acordo PS-PSD para a revisão constitucional.

Dia 27 de outubro – Vítor Constâncio demite-se da liderança do PS.

Dia 4 de dezembro – XII Congresso do PCP, sob o lema uma democracia avançada no limiar do século XXI.

Dia 1 de janeiro – Entra em vigor a reforma fiscal.

Dia 15 de janeiro – Congresso do PS; eleição de Jorge Sampaio.

Dia 3 de março – Portugal, campeão mundial de juniores, em futebol, em Riade.

Dia 6 de março – Atribuídos alvarás sobre as rádios locais.

Dia 21 de março – Costa Freire demite-se de Secretário de Estado da Administração da Saúde.

Dia 21 de abril – Manifestação sindical da polícia no Terreiro do Paço.

Dia 17 de maio – Libertação de Otelo.

Dia 2 de junho – Segunda revisão constitucional em Portugal.

Dia 15 de junho – Eleições europeias em Portugal : PSD, 32,7%; PS, 28,5%; CDU, 14,4%; CDS, 14,1%.

Dia 26 de junho – Confrontos em Barqueiros.

Dia 27 de setembro – Queda de avião na Jamba, onde viajavam João Soares, Nogueira de Brito e Rui Gomes da Silva.

Dia 28 de outubro – Assassinado militante do PRD por skinheads.

Dia 17 de dezembro – Eleições autárquicas; vitória de Jorge Sampaio em Lisboa.

Dia 5 de março – Surge o matutino Público.

Dia 27 de março – Portugal e a Espanha tornam-se membros da UEO.

Dia 20 de maio – Carlos Carvalhas eleito secretário-geral adjunto do PCP.

Dia 13 de junho – Encerramento do matutino comunista O Diário.

Dia 15 de junho – Eanes abandona o PRD.

Dia 27 de setembro – Carlos Melancia demite-se de governador de Macau.

Dia 28 de setembro – Prisão de Costa Freire.

Novembro – Suspensa a publicação de O Diário de Lisboa e do semanário O Tempo.

Dia 6 de dezembro – Dissidência nos Verdes, acusa o partido de ser uma manipulação genética do PCP.

Dia 15 de dezembro – 1º Congresso do Partido da Solidariedade Nacional.

Dia 16 de dezembro – Assinado o projeto de acordo ortográfico.

Dia 13 de janeiro – Eleições presidenciais em Portugal, com a reeleição de Mário Soares.

Dia 11 de março – Absolvição do líder da FLA, José de Almeida.

Maio – João Paulo II visita Portugal.

Dia 14 de maio – Privatização do Diário de Notícias.

Dia 2 de junho – Pedro Canavarro, presidente do PRD.

Dia 10 de junho – Assembleia da República vota contra amnistia à s FP25.

Dia 13 de setembro – Inaugurado o último troço da auto-estrada  Porto-Lisboa.

Dia 27 de setembro – Cessa a publicação de O Diário Popular.

Dia 10 de dezembro – Conselho Europeu de Maastricht aprova a União Europeia. Reino Unido recusa o capítulo social.

Dia 6 de outubro – Eleições legislativas em Portugal: PSD,50,6%; PS, 29,1%; CDU, 8,8%; CDS, 4,4%; PSN,1,7%.

Dia 31 de outubro – Toma posse novo governo de maioria absoluta do PSD, presidido por Cavaco Silva.

Dia 12 de novembro – Massacre no cemitério de Santa Cruz em Dili.

Dia 15 de novembro – Lucas Pires demite-se de militante do CDS.

Dia 19 de novembro – Barros Moura expulso do PCP.

Dia 1 de janeiro – Início da primeira presidência portuguesa da Comunidade Europeia.

Dia 7 de fevereiro – Assinatura do Tratado sobre a União Europeia.

Dia 23 de fevereiro – António Guterres eleito secretário-geral do PS.

Março – Manifestações de estudantes e agricultores contra a política governamental.

Dia 16 de março – Demite-se o Ministro da Educação Diamantino Durão.

Dia 22 de março – Manuel Monteiro, novo presidente do CDS.

Dia 3 de abril – Escudo adere ao SME.

Maio – Colóquio promovido pelo governo no Centro Cultural de Belém sobre A Europa Após Maastricht.

Dia 2 de maio – Criação do Espaço Económico Europeu.

Dia 9 de maio – Dissidentes do PCP constituem a Plataforma de Esquerda.

Dia 21 de maio – Reforma da PAC.

Dia 26 de junho – Conselho Europeu de Lisboa.

Dia 23 de julho – Desfalque de Pedro Caldeira.

Dia 19 de agosto – Maria José  Nogueira Pinto demite-se do governo.

Dia 6 de outubro – Começam as emissões do primeiro canal privado de televisão, a SIC.

Dia 11 de outubro – Eleições regionais. Novas maiorias absolutas do PSD.

Dia 9 de novembro – Freitas do Amaral demite-se de militante do CDS.

Dia 20 de novembro -Prisão de Xanana Gusmão.

Dia 5 de dezembro – Carlos Carvalhas, novo secretário-geral do PCP.

Dia 10 de dezembro – Assembleia da República portuguesa ratifica o Tratado de Maastricht. Debate sobre a ratificação do Tratdo da União Europeia na Assembleia da República.

Dia 1 de janeiro – Começo da segunda etapa da União Económica e Monetária. Instalação em Francoforte do Instituto Monetário Europeu. Entra em vigor o Espaço Económico Europeu

Dia 27 de janeiro – Tribunal de Milão decide processar Bettino Craxi por corrupção; vai ser condenado em 29 de Julho a oito anos e meio de prisão.

Dia 27 de março – Eleições italianas; vitória do Pólo da Liberadade, com a Forza Italia, de Berlusconi, a Aliança Nacional, de Fini, e a Liga do Norte, de Bossi.

Dia 30 de março – Acordo sobre a adesão à União Europeia da Áustria, Finlândia, Suécia e Noruega.

Dia 1 de abril – Candidatura da Hungria à União Europeia.

Dia 6 de maio – Inaugurado o túnel sob a Mancha.

Dia 9 de maio – Países da Europa central e do Leste tornam-se parceiros associados da UEO.

Dia 11 de maio – Posse do governo de Berlusconi em Itália.

Dia 4 de junho – Parecer do Parlamento Europeu sobre as adesões à UE.

Dias 9 a 12 de junho – Quartas eleições para o Parlamento Europeu.

Dia 12 de junho – Referendo na Áustria aprova a  adesão, por 66,4%.

Dia 14 de junho – Ucrânia assina acordo de parceria com a UE.

Dia 15 de junho – Lei nº 20/94 sobre o acompanhamento e apreciação pela AR da participação de Portugal no processo de construção da União Europeia.

 Dias 24 a 25 de junho – Conselho Europeu de Corfu; Boris Yeltsine assina acordo de partenariado com a Ue John Major vota o nome do belga Jean-Luc Dehaene para a presidência da Comissão.

Dia 22 de junho – Federação da Rússia assina o acordo de parceria para a paz com a NATO; a Federação da Rússia é reconhecida como potência europeia, internacional e nuclear maior.

Dia 14 de julho – Tropas alemãs integradas no Eurocorpo desfilam em Paris.

Dia 15 de julho – Conselho Europeu extraordinário de Bruxelas escolhe Jacques Santer para a presidência da Comissão.

Dia 21 de julho – Parlamento Europeu aprova a designação de Santer.

Dia 31 de agosto – IRA decreta cessar fogo.

Dia 1 de setembro – Documento Lamers do grupo parlamentar CDU/CSU ao parlamento federal alemão, intitulado Reflexões sobre a Política Europeia.

Dia 16 de outubro – Referendo na Finlândia aprova a adesão, por 57%. Kohl vence as eleições na Alemanha.

Dia 14 de novembro – Referendo na Suécia aprova a adesão por 52%.

Dia 28 de novembro –  Referendo na Noruega rejeita a adesão por 52,2%.

Dia 9 de dezembro – Conselho Europeu de Bremen.

Dia 18 de dezembro – Ex-comunistas vencem as eleições na Bulgária.

Dia 1 de outubro – Eleições. Maioria relativa do PS.

Dia 7 de dezembro – Eleições presidencais. Eleito Jorge Sampaio, contra a candidatura de Cavaco Silva.

Dia 10 de outubro – Eleições. Maioria do PS.

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