SOBRE

manuel alegre

De 11 de abril a 14 de maio de 1909.

30º governo depois da Regeneração. 7º depois da desagregação partidária. 3º governo do reinado de D. Manuel II.

  • Presidente acumula a guerra;
  • Alexandre Cabral, reitor da Universidade de Coimbra, no reino;
  • Amadeu Teles da Silva de Afonseca Mesquita de Carmo, conde de Castro e Sola, magistrado, na justiça;
  • Major José Soares Branco na fazenda;
  • Capitão João de Azevedo Coutinho, governador civil de Lisboa, na marinha e ultramar;
  • D. João de Alarcão nos estrangeiros;
  • D. Luís de Castro nas obras públicas.

Júlio de Vilhena, chefe dos regeneradores, com maioria parlamentar, continua a não conseguir ser nomeado, face à oposição de José Luciano. Teles foi indicado por Veiga Beirão, tendo em vista a pacificação do exército, bastante infiltrado por oficiais republicanos.

Terramoto em Benavente. Morte de meia centena de pessoas (23 de abril).

Congresso do Partido Republicano em Setúbal. Novo diretório, afeto aos radicais, afetos à carbonária, com o mandato de fazer a revolução. Do diretório, fazem parte Teófilo Braga, Basílio Teles, José Relvas, Eusébio Leão e Cupertino Ribeiro. Os anteriores notáveis do partido são remetidos para uma junta consultiva. Nomeada uma Comissão Financeira, presidida por Bernardino Machado, visando angariar fundos para a revolução. Criado um comité revolucionário, dito Comissão Executiva de Lisboa, composto por João Chagas, Afonso Costa, António José de Almeida e Cândido dos Reis (24 e 25 de abril)[1].

O governo cai por causa de uma questão estranha à governação. O ex-ministro Espregueira e o deputado Caeiro da Matta, depois de uma polémica, envolveram-se num duelo. Em 25 de abril, a maioria abandonou os trabalhos parlamentares, invocando a circunstância de Caeiro da Matta, ao regressar à Câmara dos Deputados, não apresentar desculpas. Segue-se novo duelo entre Caeiro da Matta e o líder da maioria parlamentar, Moreira Júnior, mas a maioria continua a retirar-se da Câmara quando Caeiro da Matta pede a palavra e o governo é obrigado a demitir-se[2].

[1] Vasco Pulido Valente, O Poder e o Povo, p. 95.

[2] António Cabral, O Agonizar da Monarquia, p. 347; António Maria da Silva, O Meu Depoimento, p. 155; Teixeira De Sousa, Para a História da Revolução, I, pp. 19-20. Os regeneradores não henriquistas colocaram-se ao lado de Caeiro da Matta. Dizia-se que a rigidez da maioria era inspirada por José Luciano, a fim de obter uma dissolução. Mas o próprio Sebastião Teles se desvinculou da atitude do respetivo chefe e aconselhou o rei a não dar a dissolução.

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