Governo da regência de D. Isabel Maria
1826 – 1828
SOBRE
Em 1 de agosto de 1826:
- Francisco Manuel Trigoso Aragão Morato no reino;
- Brigadeiro João Carlos Saldanha na guerra;
- Almirante Inácio da Costa Quintela na marinha;
- Hermano José Braamcamp de Almeida Castelo Branco, o 2º barão do Sobral na fazenda;
- D. Francisco de Almeida Portugal, o futuro conde do Lavradio, nos estrangeiros.
Num total de seis pastas, haverá dois ou três maçons (Barradas, Saldanha e Sobral). Saldanha assume-se, então, como um homem de confiança do chamado partido exaltado. Saldanha tinha então a ajudá-lo, na secretaria da guerra, Rodrigo Pinto Pizarro. Segundo José Liberato era o seu anjo da guarda para que não caísse em muitos precipícios, em que no futuro caiu, quando o não teve ao seu lado para lhe dar a mão
Em 13 de outubro de 1826:
- Almirante Inácio da Costa Quintela passa a acumular a guerra; Saldanha desloca-se para o teatro das operações militares no Sul (revolta anti-cartista no Algarve desde 5 de outubro);
- Carlos Honório de Gouveia Durão na justiça, em lugar de Guerreiro.
Em 14 de novembro de 1826:
- Pedro de Melo Breyner na justiça (estava, até então, em Paris).
Em 6 de dezembro de 1826:
- Luís Manuel de Moura Cabral substitui Francisco Manuel Trigoso de Aragão Morato na pasta do reino;
- António Manuel de Noronha, futuro Visconde de Santa Cruz, na marinha;
- Marquês de Valença, D. José Bernardino de Portugal e Castro, na guerra.
Em 14 de novembro Pedro Melo Breyner chega de Paris e assume a pasta da justiça. Grandes tensões no governo. Valença e Lavradio querem nomear Beresford e afastar Saldanha. Em 6 de dezembro, Pedro Melo Breyner tenta afastar do governo Sobral e Lavradio. Chega a ir às Câmaras queixar-se dos colegas. Moura Cabral, por estar doente, nunca assumiu efetivamente a pasta do reino. O marquês de Olhão chega a ser nomeado para a fazenda, mas o decreto não lhe chega a ser remetido. Santarém é nomeado para o reino, mas logo pede escusa. De qualquer maneira, Aragão Morato sai da pasta do reino, para onde é nomeado Moura Cabral. O marquês de Valença assume a pasta da guerra, donde sai Costa Quintela. António Manuel de Noronha na marinha, pasta também ocupada por Quintela.
Em 16 de dezembro de 1826:
Entram para o governo duas figuras gradas ao miguelismo.
- D. Francisco Alexandre Lobo, bispo de Viseu, substitui Moura Cabral na pasta do reino;
- Moura Cabral passa para a justiça, onde substitui Pedro de Melo Breyner;
- Almirante António Manuel de Noronha substitui o almirante Inácio da Costa Quintela na marinha.
Em 9 de janeiro de 1827:
- Cândido José Xavier na guerra, onde substitui o marquês de Valença.
Em 1 de maio de 1827:
- Saldanha retoma a pasta da guerra.
Em 8 de junho de 1827:
- Manuel Francisco de Barros e Sousa de Mesquita de Macedo Leitão e Carvalhosa, 2º visconde de Santarém substitui o bispo de Viseu na pasta do reino;
- D. Bernardo António de Figueiredo, bispo do Algarve, substitui Moura Cabral na pasta da justiça;
- D. Diogo de Menezes Ferreira de Eça, conde da Lousã, substitui o barão do Sobral na fazenda;
- Marquês de Palmela substitui D. Francisco de Almeida Portugal nos estrangeiros (estando embaixador em Londres, foi substituído por Saldanha).
Em 26 de julho de 1827:
- Conde da Ponte substitui Saldanha na guerra e Palmela nos estrangeiros.
Em 14 de agosto de 1827:
- Manuel António de Carvalho, futuro barão de Chanceleiros (em 1840) na fazenda (onde substitui o conde da Lousã) e na justiça (onde substitui o bispo do Algarve).
Em 7 de setembro de 1827:
- Desembargador Carlos Honório de Gouveia Durão substitui o visconde de Santarém no reino e na marinha;
- Cândido José Xavier, maçon, amigo e aliado de Saldanha, substitui o conde da Ponte na guerra e nos estrangeiros;
- Desembargador José Freire de Andrade, outro maçon, na justiça.
Em 13 de outubro de 1826, dá-se uma remodelação governamental. Saldanha desloca-se para o teatro de operações de guerra no Algarve e dece a pasta da guerra ao Almirante Inácio da Costa Quintela.
Em 11 de dezembro, entram para o governo D. Francisco Alexandre Lobo (substitui Moura Cabral no reino que nunca a assumiu efetivamente) e o Almirante António Manuel de Noronha (substitui Costa Quintela na marinha). Moura Cabral passa para a justiça, donde sai Pedro Melo Breyner. Como observa Oliveira Martins, o governo venceu, mas esse governo já era pelos vencidos, não pelos vencedores.