Cartismo
1826-1828
Regimes Políticos
Forma do poder
Os dois diplomas fundamentais para a definição da forma do poder são, além da Carta Constitucional, jurada em 31 de julho de 1826, as instruções de 7 de agosto de 1826 sobre as eleições, referendadas pelo ministro Trigoso.
Era a introdução em Portugal de um novo edifício institucional, aquele que podia ter sido concretizado em 1814, evitando a rutura vintista, mas que vai ser boicotado pela pressão da balança da Europa, principalmente pela atitude tática da Santa Aliança, motivado pela situação política espanhola. A introdução do constitucionalismo nasce torta e demorará muito tempo a endireitar.
Com efeito, D. Pedro não conhece a efetiva realidade portuguesa, vê-se a si mesmo como meio Bolívar e meio Washington, marcado pela codificacionite à maneira de Bentham. Os cortesãos de Lisboa pensam que D. Pedro abdicaria em D. Miguel. Stuart sugere que a Carta seja pelo menos efetivada através da reunião dos Três Estados à maneira tradicional.
Acaba por dominar o pronunciamento de Saldanha, apoiado pelas burguesias comerciais e pelas maçonarias.
Sede do poder
A sede formal do poder acha-se na regência individual de D. Isabel Maria e no governo que dela dimanava. No Governo, na Câmara dos Deputados, na Câmara dos Pares e no Conselho de Estado. Mas D. Pedro, a partir do Rio de Janeiro não comanda o processo. Com efeito a sede efetiva do poder está no comando militar do ministério da guerra, no jogo de influências no Paço, junto da regente. Local onde se fazem e desfazem governos, pela intriga e pela pressão diplomática.
Quanto aos grupos sociais, os grandes do reino são favoráveis à Carta, juntamente com a burguesia mercantil. A pequena nobreza não é beneficiada. O clero em guerra aberta. O povo em geral abstém-se. No governo está o grupo de Trigoso/ Sobral/ Lavradio em sucessivos conflitos, primeiro, com o grupo de Saldanha; depois, com o grupo de Melo Breyner. Acaba por triunfar o grupo ligado aos apostólicos.
Fações
Quanto às fações, destacam-se o grupo apostólico do interior manobrado por D. Carlota Joaquina, apoiado por membros do clero ferozmente antimaçónicos; o grupo rebelde apostólico que invade Portugal a partir de Espanha, com o marquês de Chaves, Magessi e Teles Jordão; os moderados apostólicos que aceitam as regras do jogo nas Câmaras e no governo, como é o caso do bispo de Viseu, Francisco Alexandre Lobo e do visconde de Santarém. Próximos estão todos os futuros miguelistas que esperam a chegada de D. Miguel em conciliação com D. Pedro.
Há moderados que pretendem conciliar o tradicionalismo com a ideia de governo representativo (Trigoso e São Luís); moderados liberais que apoiam Lavradio e Sobral, como Luís Mouzinho de Albuquerque, Filipe Ferreira Araújo e Castro, Mouzinho da Silveira e o conde de Vila Real. Neste grupo amplo, pode incluir-se Palmela bem como os aristocratas e grandes do reino satisfeitos com a Carta.
De referir também a existência de exaltados, ditos progressistas, como Cândido José Xavier e Pinto Pizarro, aliados a Saldanha, que comandam a máquina do ministério da guerra até julho de 1827. Deste grupo, faz parte José Liberato Freire de Carvalho, que é nomeado redator da Gazeta de Lisboa por Saldanha. Do mesmo modo, Abrantes e Castro.
Forma de Poder
- Carta Constitucional, jurada em 31 de julho de 1826.
- Instruções de 7 de agosto de 1826 sobre as eleições, referendadas por Trigoso.
Imagem
- Conforme salienta José Liberato, a divisa da época era a moderação.
Sede Formal do Poder
- Regência individual de D. Isabel Maria
- Governo
- Câmara dos Deputados
- Câmara dos Pares
- Conselho de Estado
- D. Pedro, a partir do Rio de Janeiro não comanda o processo.
Sede efetiva do Poder
- Comando militar do ministério da guerra.
- Jogo de influências no Paço, junto da regente. Local onde se fazem e desfazem governos, pela intriga e pela pressão diplomática.
- Governo
Grupos Sociais
- Grandes do reino são favoráveis à Carta, juntamente com a burguesia mercantil.
- Pequena nobreza não é beneficiada.
- Clero em guerra aberta.
- O povo em geral abstém-se.
Governo
- O grupo de Trigoso/ Sobral/ Lavradio em sucessivos conflitos, primeiro, com o grupo de Saldanha; depois, com o grupo de Melo Breyner; acaba por triunfar o grupo ligado aos apostólicos.
Fações
- Grupo apostólico do interior manobrado por D. Carlota Joaquina, apoiado por membros do clero ferozmente antimaçónicos.
- Grupo rebelde apostólico que invade Portugal a partir de Espanha. Com o marquês de Chaves, Magessi e Teles Jordão.
- Moderados apostólicos que aceitam as regras do jogo nas Câmaras e no governo. Caso do bispo de Viseu, Francisco Alexandre Lobo e do visconde de Santarém. Próximos estão todos os futuros miguelistas que esperam a chegada de D. Miguel em conciliação com D. Pedro.
- Moderados que pretendem conciliar o tradicionalismo com a ideia de governo representativo (Trigoso e São Luís).
- Moderados liberais que apoiam Lavradio e Sobral. Luís Mouzinho de Albuquerque, Filipe Ferreira Araújo e Castro, Mouzinho da Silveira e o conde de Vila Real. Neste grupo amplo, pode incluir-se Palmela bem como os aristocratas e grandes do reino satisfeitos com a Carta.
- Exaltados, ditos progressistas. Cândido José Xavier e Pinto Pizarro, aliados a Saldanha, comandam a máquina do ministério da guerra até julho de 1827. José Liberato é nomeado redator da gazeta de Lisboa por Saldanha. Abrantes e Castro. José António Guerreiro.
Influência Externa
- Influência dominante dos britânicos, sob o gabinete de Canning, até agosto de 1827. O principal representante é o embaixador A’Court, um tory, ligado ao Palmela.
- Em finais de dezembro de 1826 desembarca a divisão de Clinton. As tropas britânicas vêm mais defender o terreno face a uma eventual agressão franco-espanhola.
- Palmela em Londres; Pedro de Melo Breyner em Paris até novembro de 1826.
Política Externa
- Áustria de Metternich está interessada num acordo com o Brasil.
Dinâmica
- Guerra civil efetiva.
- Conflito das Archotadas de finais de julho de 1827.
Atores Principais
- D. Isabel Maria
- Saldanha
- William A’Court
- Trigoso
- Lavradio
- São Luís
- Palmela
- José Joaquim Rodrigues de Bastos
- D. Miguel
- Conde da Ponte
- Cândido José Xavier
- Pinto Pizarro
Saldanha
- Na primeira jogada, impõe, pela ameaça do pronunciamento militar, o juramento da Carta logo em 31 de julho de 1826.
- Numa segunda jogada, dinamiza o combate bem-sucedido aos rebeldes militares anti cartista.
- Numa terceira jogada, perde o golpe das archotadas.
Chefias Militares
Marquês de Chaves, Magessi, Teles Jordão
Chefias Militares favoráveis à Carta
Vila Flor, marquês de Angeja, Azeredo
